Milhões de pessoas são esperadas para assistir à coroação do rei Carlos 3º neste sábado (6). Enquanto alguns revelam que vão se divertir com as multidões, festas, pompa e cerimônia, outros dizem que farão de tudo para evitar a ocasião.
A BBC News conversou com quatro pessoas que não vão assistir à cerimônia real.
Oli não tem planos de ligar a TV. Ela diz que a monarquia é uma instituição ultrapassada que deveria ser abolida.
"Acho que é um grande desperdício de dinheiro público", diz a mulher de 51 anos, de Stroud, Inglaterra.
Para Oli, o rei é um chefe de Estado hereditário, antidemocrático e elitista.
"Você tem esse pequeno grupo de elite no topo de nossa sociedade que está prosperando enquanto todo mundo está lutando para sobreviver e colocar comida na mesa", diz ela.
Como parteira do NHS, o sistema público de saúde do Reino Unido, ela diz que o dinheiro dos contribuintes poderia ser melhor gasto.
"A família real tem sua própria riqueza pessoal e, no entanto, nós, os contribuintes, estamos tendo que financiar este desfile no meio de uma crise financeira", diz ela.
Em vez de assistir, ela estará de plantão no hospital ajudando no parto de bebês.
Tarek Ahmed diz que não "se importa o suficiente para passar horas assistindo".
"Prefiro dormir e comer uns donuts", explica o executivo de marketing de 21 anos, morador de Kent, no sudoeste da Inglaterra.
Tarek diz que ainda não decidiu se apoia ou não a família real.
"Se eles fizerem dinheiro para o país, ótimo. Isso significa mais dinheiro para órgãos como o NHS e a educação. Mas, se não for esse o caso, não os quero. Não sei a resposta", diz ele.
Uma pesquisa YouGov, encomendada pelo programa Panorama da BBC, sugere amplo apoio para manter a monarquia, com 58% preferindo o sistema atual a um chefe de Estado eleito - que foi apoiado por 26%.
Tarek planeja passar a manhã de sábado assistindo ao último filme da franquia Avatar com a família dele. Mas depois ele deve olhar um resumo de como foi a coroação.
"Provavelmente vou olhar os destaques do momento em que a coroa for para a cabeça dele - esso é um momento histórico."
Apesar de suas opiniões sobre a coroação, Tarek está ansioso pelo feriado bancário.
“Teremos um dia a mais de folga e o país inteiro merece”, diz.
Joana Firmino diz que não gosta do rei Charles e não quer vê-lo coroado.
"Não acho que ele será um bom modelo de pessoa", diz a garçonete de 21 anos do condado de Kent, no sul da Inglaterra.
Joana era fã da rainha Elizabeth 2ª e ficou "extremamente chateada" quando ela faleceu.
Mas ela teme que o rei Charles "não tome boas decisões" por causa do relacionamento conturbado com a primeira esposa dele, Diana, a princesa de Gales.
Ela acredita que o filho dele, o príncipe William, seria "um rei muito melhor".
"Se fosse o William sendo coroado, eu definitivamente assistiria. Mas não quero passar horas assistindo a alguém de que realmente não gosto, ser coroado rei quando acredito que ele não merece", diz ela.
Em vez disso, Joana embarcará de férias para as Filipinas.
"Não vou perder meu tempo. Vou aproveitar o clima ensolarado e as praias tropicais", conta ela.
Luke Dudley trabalhará como operador de holofotes no festival de música Eurovision e diz que os ensaios "back-to-back" não permitirão que ele assista à cerimônia.
"É um cronograma muito apertado que temos seguido religiosamente", explica ele.
O jovem de 27 anos da cidade de Manchester, no norte da Inglaterra, trabalha no departamento de iluminação, fornecendo a luz principal para artistas e apresentadores no palco.
Luke está desapontado por estar perdendo "um período importante da nossa história".
"Amigos e familiares têm festas planejadas, então é uma pena. Eu amo a pompa, a cerimônia e todo esse espetáculo", diz ele.
Apesar de Luke não poder participar das festas de coroação, ele diz que "não poderia deixar passar uma oportunidade como o Eurovision".
"Eu não poderia estar mais animado. Não há nada igual."
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