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Óvnis: o que se sabe sobre os objetos voadores nos EUA e Canadá

Óvnis: o que se sabe sobre os objetos voadores nos EUA e Canadá

Além de um balão chinês supostamente usado para espionagem, outros três objetos grandes e com formas geométricas foram abatidos nos últimos dias

Publicado em 14 de fevereiro de 2023 às 20:00

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Caça-aviões de última geração dos EUA abate objeto voador não-identificado. (Chad Fish via AP)
Julia Paranhos
Estagiária / [email protected]

Nos últimos dias, os Estados Unidos e o Canadá avistaram e abateram quatro objetos voadores incomuns, sob a alegação de que violaram seus espaços aéreos. As ações geraram tensões políticas e até teorias da conspiração nas redes sociais. Mas quais são as informações verídicas lançadas, principalmente, pelo governo norte-americano? São instrumentos meteorológicos, de espionagem ou seres extraterrestres?

Esses objetos são chamados óvnis, objetos voadores não-identificados, e se pode afirmar que não estão ligados a nenhuma força sobrenatural ou de outro planeta. De acordo com especialistas, a confusão entre o significado de óvnis e de extraterrestre é do imaginário popular, tendo sido esclarecida até mesmo pela Casa Branca. 

Apesar de serem desconhecidos, não saíram de nenhum filme de ficção e têm tamanho, formato e até mesmo funcionalidade.

Ao todo, foram derrubados: um balão chinês supostamente usado para espionagem, um objeto do tamanho de um carro que voava sobre o Alasca (EUA), um objeto cilíndrico no Canadá e outro em forma de octógono em um lago na fronteira entre os dois países.

Segundo John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano, os três últimos óvnis abatidos podem se revelar esforços comerciais ou de pesquisa inofensivos que não representam uma ameaça real aos Estados Unidos. Mas ele alertou que as autoridades ainda não conseguiram encontrar, coletar e analisar os destroços e que, caso isso ocorra, pode haver uma conclusão diferente.

De acordo com Júlio Cesar Fabris, doutor em Física e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com especialidade em Astronomia e Astrofísica, esses objetos não carregam pessoas e pilotos, mas, dependendo de onde sobrevoam, podem ameaçar o espaço aéreo. Contudo, a probabilidade é pequena, especialmente, pela altura em que foram avistados e destruídos.

Balão chinês

Já o artefato derrubado na costa da Carolina do Sul, em 4 de fevereiro, é o que está levantando mais suspeitas.

De acordo com o governo dos Estados Unidos, o objeto supostamente é utilizado para espionagem. As investigações das instituições americanas chegaram até a um programa noticiado em uma das agências estatais chinesas para o monitoramento e vigilância aérea lançado em 2019. Assim, autoridades de Pequim, onde houve as pesquisas, entraram no radar.

De acordo com o país asiático sob suspeita, o balão, que tem a altura de 61 metros, pesa 907 kg e tem aparatos de câmeras de vídeo, na verdade, é um dirigível civil de pesquisas meteorológicas. Essa afirmação está sob o questionamento de especialistas de todo o mundo.

Segundo Alan Velásquez, doutor em Física e professor de Cosmologia e Astrofísica da (Ufes), a explicação divulgada pela China é suspeita, porém, o fato não é impossível de ocorrer, por isso gera tantas dúvidas.

“Enviar um balão meteorológico para outro país sem avisar é algo suspeito, mesmo para a construção do experimento. Geralmente, esses tipos de testes são bem coordenados e, em caso de desvios, o país (para onde se dirigiu) deveria ser avisado. É difícil acreditar que seja realmente esse tipo de instrumento. Contudo, há uma chance de que a pesquisa tenha saído do controle, afinal, esses artefatos aparecem de vez em quando”, explica Alan.

O professor Júlio Cesar Fabris completa: “Um balão pode transportar muitos objetos, como câmeras, radares, monitores para detectar queimadas, por exemplo, para fins científicos, civis e militares. Como estamos vivendo uma tensão internacional, também podem ser usados para pequenas provocações políticas”, ressalta.

Como foram abatidos

Para abater três dos quatro objetos suspeitos, as Forças Armadas dos Estados Unidos utilizaram caças-aviões modernos e de última geração, entre eles o F-22.

F-22 abateu três objetos suspeitos nos EUA. (U.S. Air Force photo/Mikaela Smith)

A aeronave foi escolhida para a operação por conseguir alcançar a altitude necessária para o abatimento e por ser um caça quase “invisível” aos radares inimigos.

Ele derrubou o “espião chinês” em 4 de fevereiro; o objeto voador do tamanho de um carro pequeno no Alasca, no dia 10 de fevereiro; e o cilíndrico em Yukon, no Canadá, em 11 de fevereiro.

Para abater o último dos quatro artefatos foi usado o caça F-16 que sobrevoou o Lago Huron, na fronteira dos EUA e Canadá, no dia 12 de fevereiro. Ele atinge aproximadamente 2.500 km/h de velocidade e duas vezes a velocidade do som, fatores que ajudam com os feitos.

Luzes e sobrevoos suspeitos na América do Sul

Na América do Sul, também houve comoções semelhantes. Na Colômbia, um objeto parecido com um dos óvnis abatidos no espaço aéreo americano foi avistado, contudo se chegou à conclusão de que ele não representava uma ameaça.

Já no Uruguai, luzes estranhas foram vistas na fronteira com a Argentina e logo denunciadas para o governo. Cerca de 20 pessoas  relataram luzes vermelhas que teriam voado baixo no céu.

O governo uruguaio afirmou, no último domingo (12), que enviou uma comissão para averiguar o ocorrido. O país tem uma comissão de pesquisas de denúncias de objetos voadores não identificados conhecida pela sigla Cridovni. 

De acordo o jornal “El País” do Uruguai, a comissão de oficiais trabalhará de forma reservada, com a colaboração cientistas.

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