Autoridades da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) afirmaram nesta terça-feira, 31, que as medidas de isolamento social são as mais adequadas para reduzir o avanço da pandemia do novo coronavírus, que já atinge 823 mil pessoas em 177 países, com 39 mil mortes. Na região das Américas, há 163.068 casos confirmados e 2.836 mortes, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins.
"A menos que asseguremos que as medidas de distanciamento social sejam efetivas, alguns dos nossos sistemas de saúde vão estar sobrecarregados", afirmou a diretora da OPAS, Carissa Etienne, ressaltando que a região entrou numa nova fase - agora, com transmissão local. "A pandemia nas Américas vai aumentar e piorar antes de melhorar, assim como vimos acontecer em outras regiões do mundo". A OPAS é o braço da Organização Mundial da Saúde nas Américas.
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Quando questionadas sobre a duração de medidas como as quarentenas, já que alguns países afirmaram que deveriam voltar ao normal em meados de abril, a entidade afirmou que tudo depende de como a doença se comporta em cada local e da avaliação de risco. "Acredito que países como Estados Unidos e outros na América Latina vão estender para além de abril. E acredito que essa é a medida que todos os países deveriam levar em consideração", afirmou Ciro Ugarte, diretor de emergências em saúde da OPAS.
O vice-diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, afirmou ser preciso combinar a diminuição da transmissão do vírus, com as medidas de distanciamento social adaptadas às realidades de cada país, e a preparação dos sistemas de saúde, com incremento da capacidade de atendimento. "É muito importante reduzir o peso que vamos colocar nesses serviços". Questionados sobre quando será o pico da pandemia, disseram que tudo depende de circunstância específicas de cada país, mas algo em torno de um mês ou dois.
Por sua vez, Carissa Etienne destacou que ainda existem medidas que todos os países podem adotar para retardar a propagação do vírus e reduzir o impacto nos sistemas de saúde. Ela citou a importância de haver sistemas de saúde fortes e resilientes, com capacidade de detectar e responder à ameaça do vírus.
"Os países devem tomar medidas urgentes para preparar hospitais e instalações de saúde para o que está por vir: um afluxo de pacientes da covid-19 que precisarão de espaço hospitalar, leitos, profissionais de saúde e equipamentos médicos. O que fizermos hoje vai determinar a capacidade dos nossos sistemas de saúde para salvar vidas amanhã".
A OPAS convocou autoridades reguladoras dos países para discutir como aproveitar melhor as informações e os recursos disponíveis para garantir a segurança e a qualidade dos produtos médicos, especialmente os testes.
Ciro Ugarte afirmou ainda que a insuficiência de testes é um problema no mundo todo e na região também. "A prioridade tem sido dada para pacientes que têm sintomas. E os outros são estimulados a fazer quarentenas". As autoridades da OPAS reafirmaram que não há medicamentos comprovadamente eficazes contra o coronavírus.
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