Depois de cancelar sua participação em dois eventos devido a uma dor ciática crônica, o papa Francisco voltou a aparecer em público nesta sexta-feira (1º) no Vaticano.
O pontífice não mostrou nenhum sinal de desconforto nem mencionou seu problema de saúde ao fazer um discurso e uma oração ao meio-dia (8h em Brasília) em um púlpito na biblioteca do Palácio Apostólico, ao lado de uma árvore de Natal e de imagens representando Maria, José e o menino Jesus.
A bênção do meio-dia normalmente é dada de uma janela com vista para a Praça de São Pedro, mas foi movida para um ambiente interno com o objetivo de evitar que qualquer multidão se reunisse e limitar a disseminação do coronavírus.
"A vida hoje é governada pela guerra, pela inimizade, por muitas coisas que são destrutivas. Nós queremos a paz. É um presente", disse Francisco, acrescentando que a resposta à crise global causada pela pandemia de Covid-19 mostra a importância do compartilhamento dos fardos entre a humanidade.
"Os dolorosos acontecimentos que marcaram a jornada da humanidade no ano passado, especialmente a pandemia, nos ensinaram o quanto é necessário nos interessar pelos problemas dos outros e compartilhar suas preocupações."
O líder católico não pôde comparecer às missas marcadas para a noite desta quinta-feira (31) e para a manhã desta sexta -esta foi a primeira vez que ele foi impedido por motivos de saúde de participar de um grande evento desde que se tornou papa em 2013.
Em seu primeiro evento público do ano, Francisco também destacou suas preocupações com Iêmen, país afetado por anos de violência entre uma coalizão liderada pela Arábia Saudita e o movimento Houthi, alinhado ao Irã.
Na última quarta-feira (30), ao menos 22 pessoas morreram e 50 ficaram feridas em um ataque ao aeroporto de Aden, capital temporária do país, que desencadeou novos conflitos entre os dois grupos.
"Expresso minha tristeza e preocupação com a nova escalada de violência no Iêmen, que está causando inúmeras vítimas inocentes", disse o papa. "Vamos pensar nas crianças do Iêmen, sem educação, sem remédios, famintas."
A preocupação com a saúde de Francisco é uma constante no Vaticano. Com seus 84 anos completados em dezembro, o pontífice argentino é considerado integrante dos grupos de risco da Covid-19.
Além da idade avançada, o papa teve uma doença em sua juventude e o tratamento envolveu a retirada de parte de seu pulmão direito, de acordo com informações do livro "Vamos Sonhar Juntos", biografia de Jorge Bergoglio produzida em colaboração com o jornalista britânico Austen Ivereigh.
Pouco antes do Natal, dois cardeais que fazem parte do círculo íntimo do papa, um polonês e um italiano, receberam diagnóstico de Covid-19. O Vaticano ainda não indicou quando Francisco deve ser vacinado contra o coronavírus.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta