O papa Francisco reuniu cientistas e líderes religiosos, nesta segunda-feira (4), para pedir que a cúpula do clima, que será realizada no Reino Unido a partir do próximo dia 31, ofereça "urgentemente" ações concretas de combate à crise climática.
"A COP 26 está sendo convocada a oferecer, urgentemente, respostas eficazes para a crise ecológica sem precedentes e para a crise de valores em que vivemos", disse o pontífice. "Isso permitirá dar uma esperança concreta às futuras gerações. Vamos acompanhar com nosso compromisso e nossa proximidade espiritual.
O argentino transmitiu a mensagem em encontro no Vaticano batizado de "Fé e Ciência: Rumo à COP 26". Estavam presentes líderes cristãos, como Justin Welby, arcebispo de Canterbury e líder espiritual dos anglicanos, e o patriarca ortodoxo Bartolomeu; mas também representantes muçulmanos, judeus, hindus, sikhs, budistas e taoistas, entre outros.
A reunião terminou com a assinatura de um apelo aos participantes da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 26), que acontecerá em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro. O texto foi entregue ao chanceler italiano, Luigi Di Maio, e ao presidente da COP, Alok Sharma.
A menos de um mês do evento sobre o clima, o documento é mais um movimento de pressão para que os líderes mundiais ajam de forma rápida e contundente ante um aquecimento global chamado de "catastrófico" pelos religiosos.
Com frequência, Francisco denuncia o que ele considera comportamentos prejudiciais para o planeta.
Essas "sementes de conflito", destacou o papa, "causam as graves feridas que provocamos ao meio ambiente, como as mudanças climáticas, a desertificação, a poluição, a perda da biodiversidade".
Welby, por sua vez, criticou que "nos últimos 100 anos tenhamos declarado guerra à Criação".
"Nossos abusos, nossa guerra contra o clima, afetam os mais pobres", disse. Ele defendeu o que chamou de "arquitetura financeira global que se arrependa de seus pecados" para promover mudanças como impostos que estimulem atividades mais sustentáveis e a economia verde.
Outros líderes destacaram a importância de uma ação conjunta entre os países -e Francisco afirmou que diferenças culturais devem ser vistas como uma força, não uma fraqueza, nesse contexto. "Se um país naufragar, todos naufragamos", disse Rajwant Singh, líder sikh americano.
Há um mês, o papa Francisco, Welby e o chefe da Igreja Ortodoxa, Bartolomeu, lançaram um "apelo urgente". Nele, pediram "a todo mundo, independentemente de suas crenças, ou visão de mundo, que se esforce para ouvir o grito da Terra".
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