O governo brasileiro excluiu a Folha de S.Paulo da cobertura do jantar entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, neste sábado (7), na Flórida.
Um grupo de 15 jornalistas brasileiros foi selecionado pelo Planalto para ir a Mar-a-Lago, o resort de Trump perto de Miami, onde vai acontecer o encontro.
Entre os veículos escolhidos pela equipe de Bolsonaro, estão as emissoras de TV Globo, Record, Band e SBT, as agências de notícia Bloomberg e Reuters, a rádio Jovem Pan, os portais BBC Brasil e Metrópoles, o jornais O Globo e O Estado de S.Paulo e a emissora pública EBC.
Dos veículos brasileiros que possuem correspondentes nos EUA, somente a Folha ficou de fora do grupo.
A Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República) afirmou que o critério utilizado para a formação da lista dos profissionais que iriam a Mar-a-Lago era o veículo fazer a cobertura diária do Planalto. A Folha tem dois ou mais repórteres responsáveis pela cobertura do Planalto todos os dias.
Inicialmente, outras explicações haviam sido dadas à reportagem da Folha: segundo uma integrante da Secom, o governo americano havia pedido a lista de profissionais muito em cima da hora e o Planalto enviara os dados que chegaram primeiro.
Nesta sexta-feira (6), os jornalistas que iriam participar do grupo designado a cobrir o jantar receberam ligações de integrantes do Itamaraty, que requisitavam informações como data de nascimento e país de residência de cada profissional.
Os jornalistas passavam os dados pedidos individualmente, à medida em que eram requisitados por telefone, e a Folha não foi contatada em nenhum momento.
O governo brasileiro foi informado oficialmente há dias de que a Folha estaria na Flórida para fazer a cobertura.
Durante briefing à imprensa brasileira, na manhã deste sábado (7), o Itamaraty disse que o Planalto havia feito a seleção dos veículos e que não tinha autorização para divulgá-los.
A integrante da Secom afirmou ainda que a Folha deveria estar no grupo e que tentaria reverter a situação.
A correspondente da BBC Brasil em Washington também não havia sido contatada pelo Itamaraty, porém, neste caso, foi incluída na lista após solicitar a participação no grupo.
Até a publicação deste texto, cerca de duas horas antes da saída do grupo com destino a Mar-a-Lago, o Planalto não havia apresentado uma solução.
O jornal divulgou a seguinte nota: "A Presidência mais uma vez discrimina a Folha, o que já se tornou um método de perseguição. O jornal continuará cobrindo esta administração de acordo com os padrões do jornalismo crítico e apartidário que o caracteriza e que praticou em relação a todos os governos."
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