Opositores ao governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, marcharam nas ruas de Caracas nesta terça-feira, 10, em protesto para reconquistar o controle da Assembleia Nacional, tomado por parlamentares pró-governo em janeiro.
O presidente autodeclarado Juan Guaidó chamou a população para se juntar ao ato como uma forma de reviver os protestos de rua contra Maduro que surgiram em 2019, mas perderam força. Os opositores desejam iniciar um debate para discutir medidas para tirar a Venezuela da crise e, principalmente, articular a convocação de novas eleições presidenciais.
A manifestação é um teste da capacidade de Guaidó em conseguir apoiadores, que têm se cansado cada vez mais com a crise econômica e a inabilidade da oposição de tirar Maduro do poder, apesar do programa de sanções dos Estados Unidos. "A única opção possível para os venezuelanos é escapar do desastre", afirmou Guaidó, convocando a população na segunda.
O protesto deve encontrar forte resistência das forças de segurança, que foram mobilizadas como parte dos exercícios militares ordenados por Maduro. As tropas não devem permitir que os manifestantes, inclusive membros do Parlamento, cheguem ao palácio legislativo.
A mobilização desta terça é a mais ambiciosa Guaidó desde que retornou de uma viagem por oito países. O líder oposicionista foi recebido por autoridades como Donald Trump, Boris Johnson e Emmanuel Macron, bem como teve a oportunidade de discursar durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, e teve encontro com líderes da União Europeia.
Os deputados buscarão um local diferente para realizar a sessão, caso não tenham permissão para chegar ao Congresso, segundo uma fonte da oposição. O governo convocou seus próprios atos separados no centro de Caracas. O vice-presidente do Partido Socialista, Diosdado Cabello, disse que a marcha da oposição é uma tentativa de recuperar sua energia.
"Toda vez que a direita está encurralada, eles procuram eventos que podem aumentar o ânimo de pessoas que deixaram de estar empolgadas há muito tempo. Eles tentam criar liderança onde não há", disse Cabello na segunda.
Em janeiro, um grupo de legisladores apoiados pelo Partido Socialista se instalou como líder do Congresso depois de tropas terem bloqueado a entrada de Guaidó. Depois, parlamentares da oposição reelegeram Guaidó para um segundo mandato. Mas eles têm sido incapazes de se reunir no palácio legislativo desde então.
Mais de 50 países reconheceram Guaidó no ano passado como presidente legítimo da Venezuela após a reeleição de Maduro em 2018, considerada fraudulenta. A Venezuela este ano está programada para realizar eleições parlamentares, mas a oposição ainda não determinou se irá participar devido a preocupações de que o governo não forneça condições adequadas. (Com agências internacionais)
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