Preocupado com o avanço da pandemia do novo coronavírus, o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, esteve em Rivera, no norte uruguaio, cidade que faz fronteira com Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, na manhã desta segunda-feira (25).
"Não temos só um problema em Rivera, temos um problema no país. Neste momento, Rivera tem uma complexidade distinta de outras zonas", disse Lacalle Pou à imprensa ao chegar à fronteira, na noite de domingo (24).
Apesar de o Brasil já ser o segundo país do mundo com mais casos da Covid-19, Lacalle Pou evitou críticas à administração de Jair Bolsonaro. O presidente brasileiro chegou a defender que a população use armas para se rebelar contra o isolamento social em algumas cidades e estados.
O comércio de Rivera não será fechado, garantiu Lacalle Pou, cobrando uso de máscara, protocolos de higiene e distanciamento.
Rivera é capital de um departamento -divisão que equivale a um estado no Brasil- que leva o mesmo nome. Segundo o Ministério da Saúde do Uruguai, o departamento já soma duas mortes. O órgão afirmou que está tomando medidas de contingência. O país tem 769 casos confirmados e 22 mortes.
Do lado brasileiro, Santana do Livramento tinha, até a tarde desta segunda, 34 casos confirmados do novo coronavírus e uma morte. O Rio Grande do Sul tem 6.470 casos e 180 mortes.
O risco de que casos de Rivera se espalhem pelo país preocupa o governo de Lacalle Pou. O presidente chegou a conversar sobre a pandemia com Bolsonaro e relembrou o acordo binacional de saúde na fronteira.
O governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), conversou por telefone com o líder uruguaio. "Estamos trabalhando conjuntamente com o propósito de proteger a vida das pessoas e a integração econômica característica", disse Leite.
Barreiras sanitárias foram reforçadas e cerca de 1.100 testes aleatórios foram aplicados como forma de controlar o contágio. Além disso, o início das aulas no departamento foi adiado. No resto do país, as escolas começam a voltar ao normal.
A fronteira com o Rio Grande do Sul também preocupa por causa do início da colheita de cana de açúcar em Bella Unión, quando brasileiros costumam ser contratados como temporários. Protocolos sanitários agora desestimulam a entrada de brasileiros, que precisam passar por quarentena obrigatória ao ingressarem em Bella Unión.
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