O presidente do Chile, Sebastián Piñera, defendeu nesta quarta-feira (28) que os países sul-americanos aceitem ofertas das nações europeias para a preservação da floresta amazônica.
Na saída de encontro com o presidente Jair Bolsonaro, em reunião no Palácio do Alvorada, ele ressaltou que ajudas bilaterais são bem-vindas, mas que devem respeitar a soberania das nações da região amazônica. "A Amazônia do Brasil está sob a soberania brasileira e isso tem de reconhecer e respeitar sempre. Mas é também certo que muitos países querem colaborar com um país amigo e irmão como o Brasil", disse.
O chileno defendeu a ajuda financeira dos países do G7, de US$ 20 milhões, ressaltou que está disposto a ajudar no diálogo entre europeus e americanos, mas observou que cada país sul-americano tem a liberdade de escolher que recurso quer ou não quer receber. "O Chile está muito satisfeito em colaborar e em poder organizar a colaboração de outros países, que também querem ajudar, mas sempre respeitando a soberania do Brasil e do presidente brasileiro", afirmou.
"Se alguns países querem colaborar, respeitando a soberania do Brasil, e o Brasil acredita que a ajuda é satisfatória, muitos países estão dispostos a ajudar", afirmou.
Piñera disse ainda que o aporte de US$ 20 milhões pode se tornar ainda maior caso as nações sul-americanas aceitem fazer negociações bilaterais com países desenvolvidos, que estão dispostos a colaborar.
Após o encontro, Bolsonaro disse que no dia 06 de setembro os presidentes de países da região amazônica irão se reunir em Leticia, na Colômbia, para discutir políticas ambientais. "Nós estaremos reunidos com esses presidentes, exceto o da Venezuela, para discutirmos uma politica única de preservação do meio ambiente, bem como de exploração de forma sustentável", afirmou.
Na reunião desta quarta-feira (28), foi anunciado um empréstimo ao Brasil de quatro aviões e quarenta brigadistas do Chile para combater a série de queimadas recentes na floresta amazônica.
Em pronunciamento, Bolsonaro voltou a criticar o presidente francês, Emmanuel Macron, e afirmou que ele tem tentando se cacifar perante o mundo com um discurso em defesa da Amazônia. Segundo ele, essa bandeira não é dele, mas do Brasil. "No meu entendimento, houve um aproveitamento por parte do senhor presidente Macron para se capitalizar perante o mundo como aquela pessoa única, exclusiva e interessada em defender o meio ambiente", disse.
O presidente voltou a dizer que só aceitará a oferta de US$ 20 milhões se o francês se retratar sobre crítica feita ao brasileiro de que ele é mentiroso. "Quando vocês olham pro tamanho do Brasil, a oitava economia do mundo, parece que US$ 20 milhões é o nosso preço. O Brasil não tem preço. US$ 20 milhões ou US$ 20 trilhões é a mesma coisa para nós", disse.
Bolsonaro afirmou também que Macron ofendeu a ele e relativizou a soberania do Brasil . Ela acrescentou ainda que o francês "desrespeitou o sentimento patriótico do povo brasileiro". "Somente após ele se retratar do que falou no tocante à minha minha pessoa, que representa o Brasil como presidente eleito, bem como o espirito patriótico do nosso povo", disse. "Havendo isso aí, sem problema, voltamos a conversar", ressaltou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta