Os protestos raciais de Louisville, no Kentucky, se espalharam nesta quinta-feira (24), para outras cidades dos EUA. Mobilizações foram registradas em Nova York, Portland, St. Paul, Chicago, Seattle, Atlanta, Denver e Milwaukee. A revolta começou na quarta-feira (23), quando a Justiça decidiu acusar apenas um dos policiais envolvidos no assassinato de Breonna Taylor, enfermeira negra que morreu em março.
Na primeira noite de protestos, dois policiais foram feridos a bala e um suspeito foi detido em Louisville. Nesta quinta, a polícia identificou o atirador como sendo Larynzo Johnson, de 26 anos, que foi indiciado por tentativa de homicídio - os dois policiais feridos não correm risco de morrer.
Autoridades municipais pediram calma à população, declararam estado de emergência e acionaram o toque de recolher a partir das 21 horas. Além de Johnson, outras 46 pessoas foram presas nos protestos.
Breonna foi baleada seis vezes durante uma operação antidrogas no dia 13 de março, quando estava dentro de seu próprio apartamento com o namorado. Nenhuma droga foi encontrada na casa e a enfermeira não tinha antecedentes criminais. Na semana passada, a cidade concordou em pagar US$ 12 milhões de indenização à família dela.
Na quarta-feira, um júri do Kentucky indiciou o ex-detetive Brett Hankison, que foi demitido em junho, por três acusações criminais, nenhuma por assassinato. No entanto, os outros dois policiais, Jonathan Mattingly e Myles Cosgrove, escaparam de um julgamento.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ofereceu ajuda para conter os protestos, mas o governador do Kentucky, Andy Beshear, e o prefeito de Louisville, Greg Fischer, rejeitaram a oferta.
A decisão de inocentar os outros dois policiais envolvidos no caso causou uma reação de repúdio em várias partes dos EUA. "A morte de Breonna foi um assassinato", disse o governador de Nova York, Andrew Cuomo. LeBron James, astro do basquete americano, disse que estava "revoltado". "Estou sem palavras. Estou arrasado, magoado, triste, louco", escreveu LeBron no Twitter.
Justin Jackson, jogador de futebol americano, também protestou. "Os assassinos de Breonna Taylor escapando impunes sem nem mesmo um julgamento é exatamente a podridão sistêmica pela qual as pessoas estão protestando", disse.
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