A ativista e poeta Amanda Gorman se tornou a mais jovem escritora a participar de uma cerimônia de posse presidencial nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (20), em que Joe Biden assumiu a Casa Branca.
Nascida em Los Angeles, ela é formada em sociologia pela Universidade Harvard e escreve poemas desde criança. Em 2017, Gorman venceu o National Youth Poet Laureate, um prêmio para jovens poetas criado pela Biblioteca do Congresso dos EUA.
A presença de um poeta oficial na cerimônia não é obrigatória, mas é uma prática comum entre os democratas - tanto Barack Obama quanto Bill Clinton tiveram declamações em suas posses. Já os republicanos tradicionalmente evitam as declamações. Não houve nenhum poema na posse de Donald Trump há quatro anos, por exemplo.
Em sua apresentação, Gorman falou sobre unir forças para fazer o país se levantar e se reconciliar numa nação repleta de diversidade. "Vai chegar um dia em que sairemos da sombra e surgirá uma nova era", disse.
Um dos trechos do poema parecia se referir especificamente à invasão do Capitólio no início deste mês, ao mencionar uma democracia que por pouco não caiu por terra. "Vimos uma força que destruiria nossa nação em vez de compartilhá-la/ Que destruiria nossa nação se isso significasse adiar a democracia/ E esse esforço quase foi bem-sucedido", disse.
"Mas enquanto a democracia pode ser, de tempos em tempos, adiada/ Ela não pode jamais ser derrotada./ Nessa verdade, nessa crença, confiamos./ Pois enquanto nossos olhos encaram o futuro/ A história põe seus olhos sobre nós."
Ao jornal The Wall Street Journal, Gorman disse que terminou de escrever o poema, intitulado "The Hill We Climb" (a colina que escalamos), na noite do dia 6 de janeiro, dia no qual Congresso dos EUA foi invadido por apoiadores de Trump. "Usei aquilo como lembrete de que precisamos de sentido e espírito para nos ajudar a dar sentido às coisas."
Ela disse ainda ter buscado inspiração em discursos do líder abolicionista Frederick Douglass e do presidente Abraham Lincoln, responsável por acabar com a escravidão.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta