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Quem é Rishi Sunak, novo primeiro-ministro do Reino Unido

Quem é Rishi Sunak, novo primeiro-ministro do Reino Unido

Ex-ministro das Finanças assume o posto de Liz Truss, que renunciou ao cargo na quinta (20) após o fiasco de plano econômico

Publicado em 24 de outubro de 2022 às 11:09

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Rishi Sunak, o novo primeiro-ministro do Reino Unido
Rishi Sunak, o novo primeiro-ministro do Reino Unido. (Alberto Pezzali/ AP/ Estadão Conteúdo)

Após conquistar o voto da maioria dos membros do Partido Conservador do Reino Unido, Rishi Sunak será o novo primeiro-ministro britânico. Assim, torna-se o sétimo político a assumir o cargo em 25 anos no país europeu.

Em uma reviravolta pessoal e política, ele conquista o cargo pouco menos de dois meses após perder corrida semelhante para Liz Truss, a agora ex-primeira-ministra que renunciou ao cargo na quinta (20) após o fiasco de seu plano econômico. Sunak, 42, é a primeira pessoa não branca a ser eleita para a liderança britânica. 

Sua vitória foi cravada, ainda, pelo recuo de sua principal adversária. Penny Mordaunt, secretária da Defesa no governo de Theresa May, não conseguiu juntar o apoio necessário para seguir na disputa. Boris Johnson, ex-premiê que caiu em desgraça após uma série de escândalos, chegou a ensaiar uma tentativa de retorno, mas também abandonou a corrida neste domingo.

Filho de pais que emigraram de nações da África Oriental, ele tem ascendência indiana e ganhou notoriedade no país após capitanear a economia em meio pandemia de coronavírus. Sunak também foi um dos primeiros a pular fora do governo de Boris Johnson, ainda em julho, quando a gestão mergulhou em uma crise.

Na teoria, Sunak foi eleito como novo líder do partido e, na prática, para comandar o Reino Unido em momento de inflação e grave crise energética.

Sunak é um nome relativamente novo no xadrez político britânico. Ele foi eleito ao Parlamento pela primeira vez apenas em 2014. No referendo de 2016, apoiou o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, oficializada por seu colega de partido Boris Johnson em janeiro de 2020. Em 2019, quando Boris chegou ao poder, Sunak foi indicado ao cargo de secretário do Tesouro e, no ano seguinte, assumiu a pasta das Finanças do governo.

Sunak inicia seu governo às vésperas da "catástrofe de inverno", que é como os britânicos estão chamando as consequências da crise de energia ocasionada pela Guerra da Ucrânia. Espera-se que contas de luz que custavam uma média anual de £ 2.000 (R$ 12 mil) pulem para £ 3.600 (R$ 21,5 mil). O aumento de 80%, aliado à inflação, pode causar mortes e sofrimento no segundo semestre, com família sendo obrigadas a escolher entre cozinhar ou aquecer a casa, em temperaturas médias entre 4°C e 9°C.

Em junho, a inflação do Reino Unido ultrapassou média anual de 10% pela primeira vez desde 1982, quando os países eram governados pela também conservadora Margaret Tatcher (1979-1990). Na campanha, Sunak deu algumas dicas do que pretende fazer, tendo citado ajuda financeira às famílias de menor renda.

No início da pandemia, a popularidade de Sunak foi às alturas, quando coube a ele anunciar um pacote de socorro de £ 350 bilhões. Mas a boa onda durou pouco. Ainda em 2020, ela foi abalada quando ele foi a uma festa em Downing Street, ao lado de Boris, violando as regras do lockdown imposto para conter o avanço da pandemia de coronavírus.

Sunak é um dos políticos mais ricos do Reino Unido. Seus pais são um médico e uma farmacêutica, e o filho chegou a trabalhar como garçom em um restaurante indiano durante as férias de verão. Ele estudou em Stanford, nos EUA, onde conheceu e se casou com Akshata Murty, filha de um bilionário indiano do ramo da tecnologia. Akshata possui 0,91% da empresa do pai, e sua pequena porcentagem vale algo como £ 750 milhões (R$ 4,5 bilhões). O casal tem duas filhas.

Preferido dos conservadores para assumir o desafio de guiar um país em crise econômica e política e um partido em instabilidade, Sunak também despontou como o político conservador menos impopular em uma pesquisa conduzida pelo instituto YouGov com mil britânicos entre os dias 14 e 16 deste mês --antes, portanto, de Truss renunciar.

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