A severidade da epidemia de coronavírus no Brasil justifica a decisão de obrigar viajantes a fazer 14 dias de quarentena ao entrar no Reino Unido, disse nesta quarta (17) o secretário da Saúde (equivalente a ministro) britânico, Matt Hancock.
"É realmente triste ver alguns países como, por exemplo, o Brasil, onde os números estão realmente aumentando, por isso temos que ter essa medida em prática", disse ele ao Sky News, ao ser questionado sobre por que o governo britânico impôs quarentena para quem chega do exterior.
A medida, implantada na semana passada para chegadas por avião, trem ou barco, é criticada por empresas aéreas e pelo setor de turismo. Elas se aplicam a estrangeiros e britânicos que venham do exterior, o que pode desestimular viagens nas férias do verão.
"Eu mencionei o Brasil, há outros com os quais estamos preocupados", disse o secretário. Ele não quis apontar outros exemplos, porém.
Hancock disse que o governo está estudando corredores de viagem "para que, se houver países onde é seguro, possamos ter um acordo com o governo deles" para viagens sem quarentena obrigatória.
Entre os países que seriam dispensados da quarentena estão França, Espanha, Portugal e Grécia, que costumam receber muitos turistas britânicos. Segundo ele, uma decisão sobre quais países seriam liberados da quarentena será anunciada até o final deste mês.
A União Europeia e outros quatro países que fazem parte da zona Schengen (Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein) também devem impedir a entrada de quem vive em locais em que a pandemia de coronavírus não está controlada, quando abrirem suas fronteiras externas, o que está previsto para 1º de julho.
A lista de países que terão entrada permitida ainda não foi divulgada.
Entre os parâmetros que serão usados para permitir viajantes do exterior estão o número de novas infecções, a tendência da epidemia (se está se expandindo ou foi controlada) e as políticas dos governos para combater o coronavírus, como testes, rastreamento de contatos e medidas de prevenção de contágio.
No caso de países excluídos da lista de acesso, pode haver exceções para familiares de residentes na União Europeia e da zona Schengen, estudantes internacionais e trabalhadores não qualificados considerados essenciais (como os que trabalham nas colheitas).
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