O diálogo entre Moscou e Washington sobre estabilidade estratégica no que diz respeito ao controle de armas nucleares está formalmente "congelado", informou neste sábado (30) a agência de notícias russa Tass, citando uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores.
Vladimir Yermakov, chefe de não proliferação nuclear do Ministério das Relações Exteriores, disse que esses contatos podem ser retomados assim que a Rússia concluir o que chama de "operação militar especial" na Ucrânia.
Yermakov afirmou que Moscou acredita que os Estados Unidos pretendem finalizar projetos para implantar mísseis de médio e curto alcance na Europa e na região Ásia no Pacífico. Ele, contudo, não apresentou provas para sustentar a afirmação.
"O surgimento de tais armas nessas regiões vai piorar ainda mais a situação e alimentará a corrida armamentista", disse Yermakov.
Também neste sábado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que a suspensão das sanções impostas ao país pelo Ocidente faz parte das negociações de paz com a Ucrânia.
"As delegações russa e ucraniana estão discutindo diariamente por videoconferência um rascunho de um possível tratado", disse Lavrov, em comentário à agência de notícias oficial da China, Xinhua, publicado no site do Ministério das Relações Exteriores russo.
Kiev alertou na sexta-feira que as negociações sobre o fim da invasão da Rússia, agora em seu terceiro mês, correm o risco de entrar em colapso.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, tem insistido desde que a invasão começou, em 24 de fevereiro, que as sanções ocidentais contra a Rússia precisam ser reforçadas e não podem fazer parte das negociações.
Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, voltou a sofrer bombardeios de tropas russas neste sábado.
"A situação na região de Kharkiv é difícil, mas nossas forças armadas e nossa inteligência, tiveram sucessos táticos significativos", disse Zelenski em discurso televisionado.
A polícia ucraniana informou neste sábado que encontrou três corpos com as mãos amarradas em uma vala em Butcha, subúrbio de Kiev. No início de abril, a descoberta de centenas de corpos pelas ruas e em valas após a retirada de tropas russas dos arredores da capital provocou reações em todo o mundo.
Em telefonema a Zelenski, o presidente da França, Emmanuel Macron, reiterou sua "forte preocupação" com o bombardeio a cidades ucranianas e com a "situação insuportável" na cidade portuária de Mariupol e disse que intensificará o apoio militar e humanitário à Ucrânia.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta