A saída das quarentenas deve ser feita com planejamento e acompanhamento científico e não seguirá a mesma receita para todos os países, afirmou nesta segunda (6) Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências sanitárias da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Ryan disse que as restrições à mobilidade têm sido efetivas para controlar a transmissão do coronavírus, mas cobram um preço alto da atividade econômica: "Principalmente em países em desenvolvimento, é preciso combater a pandemia com o mínimo de dano à economia, e para isso os governos terão que calibrar seus passos".
O diretor afirmou que o termo lockdown tem sido usado para medidas amplas e adotadas de forma desigual pelo mundo -suspensão de aulas, fechamento de lojas, paralisação de empresas, restrição a movimento-, e que o planejamento para a retomada depende não só do grau das restrições mas também da capacidade de testagem e de atendimento nos hospitais.
"Se as medidas de restrições forem levantadas, é fundamental que haja ferramentas para segurar a transmissão", disse o diretor da OMS. Entre elas estão testes para detectar contaminados, isolamento dos doentes, monitoramento de quem tenha tido contato com pessoas infectadas e capacidade de manter distância entre as pessoas nas comunidades.
O sistema de saúde pública também precisa estar fortalecido, disse Ryan, pois um relaxamento de medidas pode provocar um repique de casos.
Entre os parâmetros que é preciso analisar para calibrar o grau de restrições ou relaxamento está a ocupação dos leitos hospitalares. "É preciso haver um colchão de segurança. Se a ocupação estiver chegando perto da capacidade, isolamentos mais drásticos são necessários".
Outros dados necessários são o número de dias em que os casos dobram em cada localidade, a porcentagem de testes que dá resultado positivo e a taxa de transmissão (para quantas pessoas cada infectado transmite o vírus).
Voltar à atividade econômica sem pôr em risco a vida das pessoas depende, portanto, da capacidade de acompanhar a evolução da doença.
"Não há números exatos que definam qual é o momento certo de abrir ou fechar. O que podemos dizer é que é preciso acompanhar o passo da pandemia. Relaxar, medir, esperar, analisar e dar um passo de cada vez", afirmou o diretor da OMS.
Durante a coletiva, a cantora e compositora americana Lady Gaga anunciou a transmissão de um megashow global, One World: Together At Home (um mundo, juntos em casa) para mobilizar pessoas e recursos no combate à a pandemia de coronavírus.
O evento é uma parceria da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da Global Citizen, ONG de combate à pobreza.
O show será no dia 18 de abril e terá a participação de Alanis Morissette, Andrea Bocelli, Billie Eilish, Chris Martin, Elton John, Paul McCartney e Stevie Wonder, entre outros artistas. Haverá transmissão ao vivo a partir das 9h do dia 18 (horário do Brasil).
Será apresentado por Jimmy Fallon, do "The Tonight Show", Jimmy Kimmel, do "Jimmy Kimmel Live", Stephen Colbert, de "The Late Show with Stephen Colbert", e bonecos da Vila Sésamo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta