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"Sou ligado ao Trump", diz Bolsonaro após Congresso dos EUA ser invadido

"Sou ligado ao Trump", diz Bolsonaro após Congresso dos EUA ser invadido

Mesmo sem provas, Bolsonaro voltou a dizer que houve fraude nas eleições americanas e tenta minar o processo eleitoral no Brasil também

Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 22:30- Atualizado há 4 anos

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07/03/2020 Jantar oferecido pelo Presidente dos Estados Unidos da América (Mar a Lago - Flórida, 07/03/2020) O Senhor Presidente dos Estados Unidos Donald Trump aplaude a visita do Senhor Presidente da República Jair Bolsonaro.
Bolsonaro e Trump em março de 2019 nos EUA. (Alan Santos/PR/Flickr)

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, 6, que houve "muita fraude" nas eleições americanas que marcaram a derrota de Donald Trump, a quem o líder brasileiro destacou ser aliado. Ao interagir com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro foi perguntado sobre a situação "bem tensa" em Washington, mas não comentou diretamente a invasão do Congresso dos Estados Unidos por extremistas pró-Trump.

"Eu acompanhei tudo hoje. Você sabe que sou ligado ao Trump. Então, você sabe qual a minha resposta aqui. Agora, muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu falei isso um tempo atrás e a imprensa falou: 'sem provas, presidente Bolsonaro falou que foi fraudada as eleições americanas'", disse.

Mais uma vez sem apresentar provas, Jair Bolsonaro voltou a alegar que as eleições de 2018, da qual saiu vencedor, registraram fraudes que lhe tiraram uma vitória em primeiro turno. "A minha foi fraudada. Eu tenho indício de fraude na minha eleição, era para ter ganho no primeiro turno", declarou.

Durante visita aos Estados Unidos, em 9 de março do ano passado, Bolsonaro disse que entregaria provas de que as eleições de 2018 foram fraudadas, mas nunca as apresentou.

Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que a invasão do Congresso dos EUA por apoiadores de Trump que acreditam em fraude nas eleições vencidas por Joe Biden é uma "questão interna". "São questões internas dos EUA e que terão de ser solucionadas pelo novo governo e de acordo com a lei", disse o vice ao Estadão.

Líderes de outros países democráticos, como os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Colômbia, Iván Duque, comentaram o episódio. No Brasil, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República disse que não comentaria o caso, e o Itamaraty não havia se posicionado até a conclusão desta reportagem.

Apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, se reúnem em frente ao Monumento a   Washington, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira, 6 de janeiro de 2021.
Congressistas e outras pessoas que trabalham no Capitólio tiveram que se proteger de extremistas. (ANDREW HARNIK/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

AUTORIDADES CONDENAM INVASÃO

Mais uma vez, autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário brasileiros condenaram a invasão nos EUA. O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), chamou o episódio de tentativa de insurreição e disse que o protesto é inaceitável.

"As imagens da invasão ao Congresso americano, em uma tentativa clara de insurreição e de desprezo ao resultado das eleições por parte de um grupo,são inaceitáveis em qualquer democracia e merecem o repúdio e a desaprovação de todos os líderes com espírito público e responsabilidade", escreveu Alcolumbre.

No mesmo tom, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamou o caso de "desespero de uma corrente antidemocrática que perdeu as eleições".

"No triste episódio nos EUA, apoiadores do fascismo mostraram sua verdadeira face: antidemocrática e truculenta. Pessoas de bem, independentemente de ideologia, não apóiam a barbárie. Espero que a sociedade e as instituições americanas reajam com vigor a essa ameaça à democracia", disse o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso.

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