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Submarino de expedição ao Titanic: médico explica chances de sobrevivência conforme oxigênio diminui

Submarino de expedição ao Titanic: médico explica chances de sobrevivência conforme oxigênio diminui

O médico Ken Ledez, especialista em medicina hiperbárica de uma universidade canadense, explica que diferenças no metabolismo podem aumentar ou diminuir as chances de sobrevivência.

Publicado em 22 de junho de 2023 às 07:58

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Imagem BBC Brasil
Foto antiga do submarino Titan, próximo a plataforma de onde foi liberado . (OceanGate Expeditions/PA Wire)

A cada hora que passa desde domingo (18), quando o submarino Titan desapareceu no Atlântico, aumenta a tensão sobre a situação das cinco pessoas que estão a bordo.

A embarcação partiu com suprimento de oxigênio para cerca de 96 horas, e esse limite está cada vez mais próximo. John Mauger, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira (21), por volta de meio-dia no horário de Brasília, que o submarino teria cerca de 20 horas de oxigênio restantes.

Ou seja, haveria suprimento até aproximadamente 8h da manhã de quinta-feira.

Em entrevista à BBC News, o médico Ken Ledez, especialista em medicina hiperbárica de uma universidade em St John's, Newfoundland, no Canadá — ponto de onde o Titan saiu para visitar destroços do Titanic no fundo do mar —, afirmou que a sobrevivência após o oxigênio eventualmente acabar dependeria do metabolismo de cada pessoa.

Ele acrescenta que, nessas circunstâncias, alguns poderiam sobreviver por mais tempo do que outros.

"Não é como [de repente] apagar a luz pelo interruptor. É mais como escalar uma montanha", diz Ledez.

"Eles vão precisar fazer tudo o que puderem para reduzir o consumo de oxigênio: descansar, tentar ficar o mais relaxados e calmos possível."

Imagem BBC Brasil
O interior do submarino retratado em uma missão anterior. (PA Media)

Caso fiquem muito ativas, pessoas nessa situação extrema podem acabar acelerando o metabolismo e aumentando a necessidade de oxigênio e a liberação de gás carbônico.

O médico explica ainda que a hipotermia (a baixa temperatura corporal) pode ajudar.

"Existe a possibilidade de que eles percam temperatura a ponto de perder a consciência e possam sobreviver a isso... O batimento cardíaco pode ficar muito lento quando está frio."

"Eles poderiam continuar [vivos] uma semana depois do limite? Duvido. Mas alguns podem sobreviver mais do que outros."

Embora a situação esteja cada vez mais crítica, conforme vem alertando a Guarda Costeira americana, alguns têm apontado que a contagem de horas de suprimento de oxigênio disponível não é tão rígida.

Imagem BBC Brasil
(BBC)

Bobbie Scholley, que já foi mergulhador da Marinha americana, afirmou à BBC que ainda há esperança, mesmo depois de quinta-feira de manhã.

“Todo mundo está focado na janela de 96 horas do suprimento, mas esse não é um número rígido. Eu sei que as equipes de busca não estão focadas neste número rígido”, disse Scholley.

"Esta continuará a ser uma missão de resgate mesmo depois desse número. Isso me dá esperança."

O empresário Oisin Fanning, que já viajou no Titan e conhece algumas pessoas que estão a bordo do submarino desaparecido, disse acreditar que a tripulação vai fazer de tudo para maximizar o oxigênio e lembrou que as pessoas envolvidas passaram por treinamentos antes de participar da expedição.

"Eles farão de tudo para se manterem calmos, respirarem superficialmente e preservarem o oxigênio pelo maior tempo possível", afirmou Fanning.

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