O Talibã anunciou no domingo que permitirá que mulheres afegãs possam continuar estudando em universidades particulares, mas determinou regras para a presença feminina, segundo noticiou a agência AFP.
As estudantes não poderão se misturar com homens e terão que usar as vestimentas abaya (um vestido longo) e o niqab (véu que deixa apenas os olhos à mostra). Elas também deverão deixar a sala de aula cinco minutos antes e aguardar até que os homens deixem o campus da universidade.
"O povo do Afeganistão continuará sua educação superior em segurança, à luz da lei Sharia, sem estar em um ambiente misto de homem e mulher", disse o ministro da educação em exercício do Talibã, Abdul Baqi Haqqani, de acordo com a AFP.
O grupo também exigirá que apenas mulheres ou homens mais velhos "cuja moralidade tenha sido comprovada" ministrem aulas para afegãs.
O ministro acrescentou que o Talibã quer "criar um currículo islâmico razoável que esteja em linha com nossos valores islâmicos, nacionais e históricos e, por outro lado, seja capaz de competir com outros países".
Quando governou o Afeganistão pela primeira vez, entre 1996 e 2001, o Talibã proibiu meninas e mulheres de estudar e trabalhar. Agora, o grupo promete "honrar" os direitos conquistados pelas mulheres, desde que alinhados à lei islâmica.
Um alto funcionário do Talibã disse à Reuters que divisórias em salas de aula, como cortinas, são "completamente aceitáveis" e que, dados os "recursos e mão de obra limitados do Afeganistão", era melhor "ter o mesmo professor ensinando os dois lados da classe".
Afegãs não terão permissão para praticar qualquer esporte, informou um dos líderes culturais do Talibã, Ahmadullah Wasiq, ao SBS News, uma rede de TV da Austrália.
Segundo o porta-voz, o esporte feminino é desnecessário e pode "expor" as mulheres. O talibã citou o críquete. "No críquete e em outros esportes, as mulheres não terão um código de vestimenta islâmico. É óbvio que elas serão expostas e não seguirão o código de vestimenta, e o Islã não permite isso", afirmou Wasiq. "Não é necessário que elas joguem".
Segundo ele, as afegãs poderiam enfrentar situações em que o rosto e o corpo não estão cobertos. "É a era da mídia e haverá fotos e vídeos, pessoas assistirão".
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