O presidente Donald Trump ameaçou bloquear o aplicativo TikTok nos Estados Unidos em retaliação à China, e disse que essa seria "uma das muitas" maneiras de atingir o regime de Pequim que, segundo Trump, é o responsável pela pandemia de coronavírus.
"É algo que estamos vendo, sim", disse o líder americano em entrevista à emissora Gray Television, nesta terça-feira (7). "É um grande negócio. Veja, o que aconteceu com a China com esse vírus, o que eles fizeram neste país e no mundo inteiro é vergonhoso."
O TikTok, aplicativo especializado em vídeos curtos, pertence à empresa chinesa ByteDance. O governo americano suspeita que a China use esse e outros aplicativos para espionar seus usuários.
Na segunda-feira (6), o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que o país considera proibir o TikTok e outros aplicativos chineses em nome da privacidade e da segurança nacional.
Durante entrevista à Fox News, Pompeo afirmou que o governo Trump "está levando isso muito a sério", e que os EUA têm trabalhando nos "problemas" da tecnologia chinesa.
O secretário ainda recomendou que os americanos não baixem o aplicativo, sob risco de que informações privadas caiam "nas mãos do Partido Comunista Chinês".
Em junho, usuários do TikTok e fãs de k-pop disseram ter sido responsáveis pelo esvaziamento do primeiro comício em meses de Trump.
Os grupos pediram que as pessoas se cadastrassem para ir ao evento em Tulsa, no estado de Oklahoma, sem a real intenção de comparecer, inflando o número previsto de espectadores para 1 milhão. O público foi de 6.200 pessoas.
Embora Trump ainda não tenha anunciado medidas mais concretas contra o aplicativo, o TikTok está sendo investigado pela Comissão Federal de Comércio e pelo Departamento de Justiça dos EUA.
A suspeita é que o aplicativo esteja coletando informações sobre crianças menores de 13 anos sem a autorização dos pais, o que violaria as leis americanas de privacidade e um acordo prévio da ByteDance com autoridades do país.
Um porta-voz da empresa se defendeu e disse que o TikTok leva a "segurança a sério para todos os usuários", acrescentando que, nos EUA, "acomoda usuários com menos de 13 anos em uma experiência limitada de aplicativo que introduz proteções adicionais de segurança e privacidade projetadas especificamente para um público mais jovem".
Em resposta às declarações de Trump e Pompeo, o porta-voz ressaltou que o CEO do TikTok -Kevin Mayer, ex-executivo da Disney-, e os principais líderes dos departamentos de segurança, proteção, produtos e políticas públicas são americanos.
"Nós nunca fornecemos dados do usuário ao governo chinês, nem o faríamos se solicitado."
Na segunda-feira (6), o TikTok anunciou a suspensão do aplicativo em Hong Kong, em reação às manobras de Pequim para censurar a internet no território semiautônomo.
Outros gigantes das redes sociais, como Facebook, Google e Twitter, também anunciaram que não vão mais responder aos pedidos da China e das autoridades de Hong Kong sobre informações de seus usuários.
No final de junho, a China aprovou uma controversa lei de segurança nacional que pune atos de subversão, secessão, terrorismo e conluio com países estrangeiros em Hong Kong. A legislação provocou uma onda de críticas a Pequim, acusada de restringir direitos e liberdades individuais.
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