WASHINGTON - Em uma escalada sem precedentes na história recente dos Estados Unidos contra um ex-presidente, agentes do FBI, a polícia federal americana, fizeram uma operação de busca na casa do ex-presidente dos EUA Donald Trump na Flórida nesta segunda-feira (8), segundo o próprio republicano.
A casa no resort de Mar-a-Lago, em Palm Beach, no sul do país, "está atualmente sitiado, invadido e ocupado por um grande grupo de agentes do FBI", disse Trump em comunicado, que afirmou que seu cofre foi aberto.
"Depois de trabalhar e cooperar com as agências governamentais relevantes, essa invasão não anunciada em minha casa não era necessária ou apropriada", afirmou o ex-presidente em nota.
Ainda não há detalhes oficiais sobre os motivos da operação. Fontes ligadas à inteligência americana afirmaram à imprensa local que a busca focou material que o ex-presidente levou da Casa Branca à residência na Flórida, como caixas com documentos secretos.
A investida sobre Trump é incomum na história recente dos Estados Unidos. Quando o também republicano Richard Nixon renunciou ao cargo de presidente em 1974, em meio ao escândalo de Watergate, recebeu perdão do seu vice e sucessor, Gerald Ford. Ford afirmou à época que não queria "prolongar os pesadelos que continuam a reabrir um capítulo que está encerrado" e que seria seu dever "não apenas proclamar a tranquilidade doméstica, mas usar todos os meios que tenho para assegurá-la".
Trump tem uma relação conturbada com o FBI desde o início de seu mandato como presidente. Em 2017, demitiu o então diretor do órgão James Comey, que chefiava investigações sobre integrantes da campanha de Trump e sua suposta ligação com a Rússia. Em investigação do Congresso sobre o episódio, Comey afirmou que Trump esperava que o diretor tivesse lealdade ao presidente.
Após sair da Presidência, em 2021, Trump montou, na mesma casa em Mar-a-Lago alvo de operação nesta segunda, uma réplica do Salão Oval, escritório onde despacha da Casa Branca o mandatário do país.
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