O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se recusou nesta quarta-feira (23) a se comprometer com uma transferência pacífica de poder após as eleições presidenciais de 3 de novembro.
Durante uma entrevista coletiva na Casa Branca, um repórter perguntou se o presidente firmaria naquele momento esse compromisso, após citar a ocorrência de tumultos e protestos em várias cidades americanas.
"Bom, vamos ter de ver o que acontece. Eu tenho reclamado muito sobre as cédulas. As cédulas são um desastre", diz Trump, aparentemente se referindo a cédulas postais. O presidente já afirmou em diversas ocasiões que a votação por correio é fraudulenta, sem, contudo, apresentar evidências.
"Joguem essas cédulas fora e você terá uma transição muito pacífica --não haverá uma transição, na verdade, haverá uma continuação", disse Trump.
"As cédulas estão fora de controle. Os democratas sabem disso melhor que ninguém", acrescentou.
Por causa da pandemia do novo coronavírus, vários eleitores têm preferido votar pelos correios, o que é permitido na grande maioria dos estados americanos - a modalidade deve representar uma parcela significativa dos votos desta eleição.
A campanha de seu adversário, Joe Biden, reagiu às declarações do presidente. "O povo americano decidirá esta eleição. E o governo dos Estados Unidos é perfeitamente capaz de escoltar invasores para fora da Casa Branca", escreveram os representates do democrata, segundo a CNN.
No fim de julho, em entrevista à emissora Fox News, que normalmente faz uma cobertura favorável ao presidente, Trump também se negou a responder se aceitaria uma derrota no pleito.
Perguntado se reconheceria o resultado das urnas, ele disse: "Não vou simplesmente dizer que sim nem que não, assim como da última vez."
Durante debate organizado pela Fox entre Trump e a candidata democrata Hillary Clinton, em 2016, no último ciclo eleitoral, Trump deu uma resposta similar.
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