SÃO PAULO – Cerca de 200 pessoas aguardavam em uma fila para doar sangue num centro de transfusão em Marrakech neste sábado (9), depois que o pior terremoto desde a década de 1960 atingiu o Marrocos na noite desta sexta-feira (8), deixando ao menos 1.037 mortos e 1.200 feridos.
Embora a alta temporada turística tenha terminado, muitos estrangeiros ainda estão na cidade, atraídos pelas suas joias arquitetônicas, e se juntaram à fila de doação. "Precisamos de cada gota de sangue", disse Mahmoud Abghach, coordenador do centro. "Estamos felizes em ver turistas estrangeiros se unindo para doar sangue após este doloroso acontecimento."
O terremoto ocorreu em Ighil, nas montanhas do Alto Atlas, cerca de 70 quilômetros a sudoeste de Marrakech, a uma profundidade de 18,5 quilômetros, às 23h11 no horário local (19h11 do horário de Brasília). O número de vítimas pode subir à medida em que socorristas buscam por desaparecidos.
De acordo com as autoridades, as mortes se concentram nas províncias e municípios de Al Hauz, Marrakech, Uarzazat, Azilal, Chichaoua e Tarudant. Na cidade antiga de Marrakech, um Patrimônio Mundial da Unesco densamente povoado, casas desabaram e muros apresentavam rachaduras e trechos destruídos.
Lahsen Mhanni, chefe do serviço de monitoração sísmica no Marrocos, disse que o terremoto resultou em dezenas de tremores secundários e que não há perigo de tsunami.
O Marrocos foi um protetorado francês e espanhol desde 1912 até à sua independência em 1956 e os líderes de ambos os países prestaram solidariedade. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que a França está pronta para oferecer ajuda. "Estamos todos devastados após o terrível terremoto em Marrocos", escreveu Macron no X, antigo Twitter.
O líder da Espanha, Pedro Sanchez, ofereceu a sua "solidariedade e apoio ao povo de Marrocos", numa publicação no X. "A Espanha está ao lado das vítimas desta tragédia e das suas famílias."
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou simpatia com as vítimas e afirmou que os EUA estão prontos para fornecer qualquer assistência necessária. "Estou profundamente entristecido pela perda de vidas e pela devastação causada pelo terremoto em Marrocos", disse ele num comunicado. "Nossos pensamentos e orações estão com todos aqueles afetados por esta terrível dificuldade."
Presidente da Rússia, Vladimir Putin também expressou solidariedade. "Por favor, transmita palavras de simpatia e apoio às famílias e amigos das vítimas, bem como votos de uma rápida recuperação a todos aqueles que sofreram como resultado deste desastre natural", disse ele, em mensagem endereçada ao rei Mohammed 6°.
O líder ucraniano, Volodimir Zelenski, enviou condolências ao rei e a todos os marroquinos e desejou uma rápida recuperação a todas as vítimas.
Marrocos frequentemente experimenta terremotos em sua região norte devido à sua localização entre as placas africana e euroasiática. Em 2004, pelo menos 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas quando um terremoto atingiu Alhucemas, no nordeste do país, no que foi um dos tremores mais mortais da história do Marrocos.
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