O Twitter disse remover diariamente de sua plataforma mais de 1 milhão de contas consideradas de spam, em uma videoconferência com a imprensa realizada nesta quinta-feira (7).
Na ocasião, a empresa explicou suas políticas de combate à manipulação da plataforma e o cálculo dos chamados usuários monetizáveis diariamente, aqueles que estão ativos na plataforma.
Tal dado é importante tanto do ponto de vista do combate à desinformação quanto para aqueles que anunciam na plataforma e buscam pessoas reais como público. As contas de usuários falsos na rede social também viraram alvo de Elon Musk. O bilionário questiona os números do Twitter que apontam que as contas de spam representariam menos de 5% da base de usuários.
No mês passado, em carta ao Twitter, o dono da Tesla disse que poderia desistir do acordo de US$ 44 bilhões (R$ 210,9 bilhões) para a aquisição da plataforma caso a empresa não fornecesse dados solicitados sobre spam e contas falsas. Antes disso, Musk já havia feito ameaças sobre o assunto em publicações na própria rede social.
Conforme informou a empresa nesta quinta, as políticas de combate a spam da plataforma estão focadas em comportamento, o que envolve desde conteúdos de spam mais óbvios, como aqueles recebidos por email, uso de contas falsas e até práticas sofisticadas de manipulação da plataforma.
Neste último caso, por exemplo, uma única pessoa real pode estar operando uma série de contas falsas com intuito de manipular um determinado debate.
Já os chamados bots, que consistem em contas que utilizam automação para postagem de tuítes, são a princípio permitidos pelo Twitter. O simples fato de utilizar automação não faz com que uma conta seja considerada de spam, mas sim o comportamento de eventual bot.
De acordo com o Twitter, apesar de as políticas de combate à manipulação empregadas pela plataforma, a empresa diz saber ser impossível remover todas as contas inautênticas.
Ao longo do tempo, desde que o dado passou a ser medido, os cálculos trimestrais da empresa têm mantido a estimativa de menos de 5% de contas de spam na plataforma.
Ainda segundo o Twitter, esse cálculo é feito por meio de revisores humanos que analisam amostras aleatórias de usuários para verificar se eles são ou não spam.
É essa estimativa que é alvo de questionamentos de Musk e tem sido usada como argumento para o executivo eventualmente recuar da compra.
A empresa pontua que a análise não pode ser replicada externamente por envolver não apenas informações públicas, mas também dados pessoais a que só a empresa tem acesso.
Para além do nome e foto dos usuários e frequência dos tuítes, por exemplo, outros dados são utilizados, como endereço de IP, número de telefone e outras informações da atividade da conta na plataforma.
Além da remoção de contas de spam, a empresa afirmou também bloquear semanalmente milhões de contas suspeitas, se elas não passarem por verificações feitas pela plataforma para provar que são operadas por pessoas.
Em 2018, o Washington Post já havia noticiado que a empresa estaria removendo mais de um milhão de contas falsas por dia. A plataforma, assim como outras redes sociais, vinha sendo pressionada a agir desde que vieram à tona campanhas de desinformação operadas pelos russos nas eleições norte-americanas de 2016.
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