Ao menos 39 pessoas morreram e outras 87 ficaram feridas nesta sexta-feira (8), num ataque contra a estação de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, onde milhares aguardavam um trem para deixar a região. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, classificou o ato - atribuído por ele à Rússia - de "maldade sem limites".
"Como eles não têm força nem valor para nos enfrentar no campo de batalha, destroem cinicamente a população civil. É uma maldade sem limites. Se não os castigam, jamais vão parar", disse o líder do país em um canal no Telegram, denunciando os métodos "inumanos" das forças russas.
O Ministério da Defesa da Rússia, porém, negou a responsabilidade pelo ataque e insinuou que a autoria seria da própria Ucrânia, de acordo com a agência de notícias RIA. Segundo a pasta, o míssil utilizado era de um modelo utilizado apenas pelas Forças Armadas ucranianas e semelhante ao que teria sido disparado por Kiev contra Donetsk em 14 de março. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse ainda que não havia missões agendadas da Rússia na região de Kramatorsk.
O chefe da empresa ferroviária ucraniana Ukrazaliznitsia, Oleksander Kamitchin, havia dito mais cedo que o número de feridos passava de 100. Segundo o governador de Donetsk, Pavlo Kirilenko, muitos estão em estado grave. "Eles queriam semear pânico e medo, queriam levar o maior número possível de civis", disse.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, também condenou a ação. "Condeno com firmeza o ataque cego desta manhã contra a estação de trem. Trata-se de uma nova tentativa de fechar as saídas para aqueles que fogem desta guerra injustificada e de causar sofrimento humano", afirmou no Twitter.
Desde a semana passada, autoridades ucranianas e analistas têm dito que a Rússia mudou seus objetivos militares na Ucrânia. Em vez de tentar tomar Kiev e as cidades ao redor da capital, as forças de Moscou recuaram e estariam se concentrando no leste do país, particularmente em Lugansk e Donetsk - territórios onde a Ucrânia enfrenta separatistas pró-Moscou desde 2014 e que foram reconhecidos como independentes pela Rússia dias antes do início da guerra.
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