O principal diplomata da União Europeia, Josep Borrel, pediu na quinta-feira (3), a Washington que revogue as sanções contra a promotora do Tribunal Penal Internacional (TPI) Fatou Bensouda e outro membro da corte, qualificando as medidas de "inaceitáveis e sem precedentes".
Os EUA acusaram Bensouda na quarta-feira (2) de perseguir os americanos por causa de sua investigação para esclarecer, entre outras coisas, abusos supostamente cometidos por soldados americanos no Afeganistão, além de acusações de tortura contra a CIA.
Sanções também foram impostas ao jurista Phakiso Mochochoko, diretor da Divisão de Jurisdição, Complementaridade e Cooperação do TPI, com sede em Haia, na Holanda.
As restrições incluem o congelamento de bens de ambos nos Estados Unidos e a proibição do acesso dos dois ao sistema financeiro americano.
"As sanções são medidas inaceitáveis e sem precedentes que tentam obstruir as investigações do tribunal e os procedimentos judiciais", disse Borrell. Para ele, Washington deveria "reconsiderar sua posição e reverter as medidas que tomou". O chefe da diplomacia europeia também disse que o TPI "deve poder trabalhar de forma independente e imparcial e livre de interferências externas".
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, também condenou as sanções americanas e prometeu apoio de seu país ao TPI e sua equipe. "As medidas anunciadas são um grave ataque ao tribunal e colocam em questão o multilateralismo e a independência do Judiciário", disse Le Drian em um comunicado.
As sanções refletem a visão do governo de Donald Trump de que o tribunal ameaça infringir a soberania nacional dos Estados Unidos. "Qualquer pessoa ou entidade que continue a ajudar materialmente estes indivíduos será também sujeita a sanções", advertiu o secretário americano de Estado, Mike Pompeo, ao anunciar as medidas na quarta-feira (2).
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