A vacina contra Covid-19 Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, virou o centro de uma guerra de versões nesta quarta-feira (10).
Após comunicado em que a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) afirmou não estar avaliando pedido de autorização para a vacina nem ter recebido solicitação para isso, o fabricante publicou em rede social a foto de um recibo de uma solicitação feita no dia 29 de janeiro.
A imagem, no entanto, mostra uma entrada no sistema Cesp (Common European Submission Platform), que desde 2015 não é mais usado para esse tipo de pedido. De acordo com as novas regras, a solicitação deveria ter sido feita pelo portal eSubmission.
Antes da réplica russa, a agência regulatória europeia também afirmou que os desenvolvedores da Sputnik requisitaram que ela entrasse em revisão contínua, um procedimento adotado em emergências que permite ir avaliando os dados enquanto o desenvolvimento ainda está em andamento. Isso agiliza o procedimento formal de autorização para introdução no mercado.
Embora ainda não tenha sido autorizada pelo bloco, a vacina russa já está sendo usada na União Europeia, pela Hungria, que aprovou seu uso emergencial, mesmo sem ela ter sido autorizada pela EMA. A União Europeia, porém, reafirmou nesta quarta que não pretende comprar nem distribuir o produto russo.
No Brasil, a Sputnik V também está no centro de uma polêmica política, após MP que reduz para cinco dias o prazo de aprovação, pela Anvisa, de vacinas aprovadas por agências regulatórias de vigilância sanitária de outros países.
A proposta inclui órgãos dos Estados Unidos, União Europeia, Japão, China, Rússia e Argentina, o que permitiria agilizar a concessão de autorização para a Sputnik V. Objeto de intenso lobby político, a vacina do Instituto Gamaleya tem sido vista como nova aposta do governo federal. A Anvisa criticou a tentativa de acelerar a aprovação do imunizante.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta