A equipe de médicos que está tratando o presidente Donald Trump, diagnosticado com Covid-19, e funcionários da Casa Branca têm dados declarações contraditórias e vagas sobre o estado de saúde do republicano.
Enquanto os médicos disseram em entrevista coletiva que Trump está passando muito bem, o chefe de gabinete do presidente, Mark Meadows, chegou a dizer que "os sinais vitais do presidente tinham sido muito preocupantes nas últimas 24 horas e as próximas 48 horas serão críticas para seu tratamento". Posteriormente, o mesmo Meadows disse que Trump estava "passando muito bem".
Veja o que já se sabe sobre o estado de saúde do presidente, e quais são as dúvidas.
Acredita-se que ele pode ter contraído o vírus de uma assessora, Hope Hicks, que começou a apresentar sintomas de Covid-19 na quarta-feira (30). Mas já há dez pessoas do entorno do presidente contaminadas, e sete delas participaram de um evento na Casa Branca no último final de semana, em que Trump anunciou sua escolha para a Suprema Corte, a juíza Amy Coney Barrett. Segundo Chris Christie, conselheiro da campanha de Trump que é um dos contaminados, nenhuma das seis pessoas que se reuniram com Trump para a preparação para o debate de terça-feira (29) estava usando máscara, entre elas, Hicks.
O médico de Trump, Sean Conley, afirmou na manhã de sábado que o presidente havia recebido o diagnóstico de Covid-19 há 72 horas. Isso significaria que Trump já sabia que tinha a doença quando fez um comício em Minnesota na quarta-feira (30) , sem usar máscara e cumprimentando apoiadores, e no evento de arrecadação de recursos em Nova Jersey na quinta-feira (1º) -onde, novamente teria exposto pessoas a contaminação.
Trump só divulgou que tinha recebido o diagnóstico de Covid na madrugada de sexta-feira (2). Depois, um integrante da Casa Branca disse que o médico ser equivocou, e que Trump foi diagnosticado na quinta-feira (1) à noite. Mas outro médico da equipe que trata o presidente, Brian Garibaldi, afirmou no sábado de manhã que Trump havia começado a ser tratado 48 horas antes, o que seria por volta de meio-dia de quinta-feira -antes, portanto, do momento em que oficiais da Casa Branca afirmam que ele recebeu o diagnóstico.
Sim, ele tem 74 anos (pessoas acima de 65 anos têm maior risco de complicações da Covid-19), é obeso (115 quilos) e sedentário, todos fatores de risco.
Integrantes da equipe médica da Casa Branca afirmaram que Trump não tem febre, "passa muito bem" e que estão "cuidadosamente otimistas". Trump escreveu no Twitter que estava se sentindo bem. Mas o chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows, afirmou para jornalistas que cobrem a Casa Branca que "os sinais vitais do presidente foram muito preocupantes nas últimas 24 horas e as próximas 48 horas serão críticas para seu tratamento. Ainda não estamos em um caminho claro para a recuperação total. "
Meadows deu as informações em uma entrevista apenas "in background", em que não se deve identificar a fonte da informação. Mas alguns veículos de imprensa resolveram identificá-lo após ele divulgar informações contraditórias. Após a entrevista, o mesmo Meadows afirmou aos repórteres que Trump estava "passando muito bem" e que ele havia se encontrado com o presidente "várias vezes" no sábado. "Ele saiu da cama e está pedindo para revisar alguns documentos", disse. Segundo o chefe de gabinete, os médicos estão "muito satisfeitos" com os sinais vitais de Trump.
A equipe médica afirmou apenas que Trump não havia recebido oxigênio (normalmente por meio de uma cânula no nariz) no sábado (3), nem na sexta (2) no hospital, mas não quis responder se o presidente precisou do procedimento alguma vez desde que foi diagnosticado. Os médicos tampouco responderam sobre os resultados da tomografia de pulmão do presidente. Ao jornal The New York Times, fontes afirmaram que o nível de oxigenação de Trump caiu na sexta-feira (2), o que levou os médicos a darem oxigênio para o presidente e a transferi-lo para o hospital Walter Reed, onde pode ser monitorado e receber mais cuidados.
O presidente americano está sendo tratado com remdesivir, um medicamento antiviral que foi usado contra o vírus ebola e se mostrou eficiente em reduzir os dias de internação de pacientes com covid-19. Ele também recebeu o coquetel REGN-COV2, produzido pela farmacêutica Regeneron, que faz parte de um grupo de drogas conhecidas como "anticorpos monoclonais". Trata-se de cópias sintéticas de anticorpos humanos que agem contra o vírus e que estão sendo estudadas para uso em pacientes nos estágios iniciais da doença.
O presidente americano está internado em um quarto especial no hospital militar Walter Reed, o hospital que atende os militares, veteranos de guerra e presidentes. A primeira-dama, Melania Trump, que também está com Covid-19, está em isolamento na Casa Branca.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta