A lava do vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, chegou ao mar na noite de terça-feira, dia 28 de setembro. O contato da lava com o oceano forma nuvens de gases tóxicos. As autoridades destacam que os níveis estão sendo monitorados periodicamente.
No caminho para o oceano, o magma atingiu mais de 700 casas, devastou 267 hectares de plantações e destruiu 21 quilômetros de estradas na ilha, segundo contagem do sistema de satélites europeu Copernicus.
A diretora do Instituto Geográfico Nacional (IGN) nas Canárias, María José Blanco, enviou uma mensagem tranquilizando a população, nesta quarta-feira (29), em uma entrevista coletiva.
Ela afirmou que os gases tóxicos que emanam da queda de lava no mar afetam apenas a zona de contato, uma vez que o vento os dissipa rapidamente.
Por outro lado, Blanco alertou para uma maior incidência de dióxido de enxofre no ar da ilha, embora não tenha registrado valores considerados nocivos à saúde. Ela enfatizou que a qualidade do ar na ilha é "perfeitamente respirável".
Quando a língua de lava (com temperatura aproximada de mil graus Celsius) alcança o mar (cuja água está a pouco mais de 20 graus), ocorre uma explosão de vapor de água que gera uma densa nuvem branca.
A lava, com seu calor extremo, provoca esse penacho, mas também uma reação química da qual participa principalmente o cloro, que pode irritar a pele, os olhos e as vias respiratórias.
Há quatro perigos principais associados à lava que flui para o oceano, segundo o Departamento de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos:
O vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, entrou em erupção no dia 19 de setembro deste ano. Ele fica nas Ilhas Canárias — apesar de ser território espanhol, o vulcão fica na costa noroeste africana.
E com as atividades vulcânicas, as redes sociais foram tomadas pelo temor de um tsunami no outro lado do Oceano Atlântico, atingindo o Brasil e o Espírito Santo.
Estudos de fato apontaram a chance remotíssima, quase nula, de uma erupção explosiva do vulcão que jogasse uma quantidade gigante de material no mar, de 500 km cúbicos, provocando ondas em alto-mar de até 100 metros de altura, que chegariam ao Nordeste do Brasil com cerca de 40 metros de altura e no litoral capixaba com até 20 metros de altura.
Para se ter uma noção: a maior onda surfada tem 24,4 metros, segundo o recorde atual, de Rodrigo Koxa em 2017.
Novos estudos, entretanto, anulam a possibilidade de um tsunami no Brasil, pois a altura das explosões está longe de causar riscos.
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