Em apenas uma edição diária, o jornal impresso pode contar a história de dezenas de pessoas para outras milhares. A construção do enredo não acontece só com notícias boas, e assim também ocorre na vida de um atleta. Por trás de uma medalha olímpica, por exemplo, há sonhos e dificuldades.
Desde a primeira edição, no fim do século XIX, os Jogos Olímpicos oferecem cenas e lições para a vida de qualquer indivíduo, mesmo que ele não consiga chegar a uma medalha , afinal o "Olimpo" não é para todos.
Alguns anos depois, mais precisamente na primeira parte do século XX, surge o jornal A Gazeta. Se a edição dos Jogos de 2020 - realizada no ano seguinte devido à pandemia - em Tóquio recebe uma equipe da Rede Gazeta in loco, as história contadas antes disso estão eternizadas no papel.
As conquistas dos capixabas em Olimpíadas foram documentadas. Vários atletas que nasceram no Espírito Santo já participaram de pelo menos uma edição de Jogos Olímpicos. De 1988 a 2016, foram nove capixabas conquistando medalhas.
Nossos representantes, entre homens e uma mulher, estão divididos em três esportes: futebol, vôlei de praia e boxe.
Geovani foi o primeiro capixaba medalhista olímpico. O futebol brasileiro ainda vivia o sonho de conquistar um ouro em Olimpíadas. Nos Jogos de Seul, em 1988, o Brasil perdeu na final para a União Soviética por 2 a 1. Além do capixaba, o elenco tinha jogadores como o goleiro Taffarel e os atacantes Romário e Bebeto - que seriam campeões do mundo seis anos depois.
O Jornal A Gazeta no dia seguinte mostrou que "depois do jogo, os torcedores comentavam apenas que o Brasil mostrou garra em Seul e só não ficou com o primeiro lugar por puro azar".
"Soviéticos tiram o ouro do Brasil", estampa a capa de A Gazeta, edição do dia 2 de outubro de 1988.
Nos Jogos do Rio, em 2016, Geovani foi escolhido para carregar a tocha olímpica. O atleta revelado pela Desportiva Ferroviária disse ao jornal que a prata em Seul é "uma das [medalhas] mais especiais" que conquistou na carreira.
Quem representou o Espírito Santo no futebol masculino nos Jogos de Atlanta, em 1996, foi o atacante Sávio. A seleção brasileira ficou com o bronze naquela oportunidade.
Na disputa do terceiro lugar, o Brasil goleou Portugal por 5 a 0. A possibilidade de conquista do ouro foi interrompida após uma derrota para Nigéria. Partida em que, como mostra uma edição do Jornal A Gazeta, capixabas reclamaram da entrada de Sávio a poucos minutos do fim do jogo.
Em 2012, Sávio voltou a valorizar a medalha de bronze. Para o capixaba, a tradição brasileira considera apenas o ouro. "Você ser um medalhista olímpico, além de um privilégio, é um grande feito", comentou.
O capixaba sempre espera bons resultados do vôlei de praia em qualquer edição dos Jogos Olímpicos. E a expectativa não é à toa. Fábio Luiz é um dos responsáveis pela tradição do Brasil e também do ES na modalidade. O atleta conquistou a prata nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, ao lado do cearense Márcio. Essa foi a única participação do capixaba em Olimpíada.
Ao jornal A Gazeta, dias após a derrota na final, Fábio Luiz contou sobre o misto de emoções.
Fábio Luiz chegou com festa ao Estado. Com a medalha de prata no peito e a bandeira do Espírito Santo nas mãos, passou pela capital em carro do Corpo de Bombeiros.
Ele foi recebido no Palácio Anchieta, sede do governo do Estado. O governador do ES era Paulo Hartung, mas quem o recebeu foi o vice, Ricardo Ferraço. Fábio Luiz foi homenageado.
A capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, conquistou a medalha de bronze no vôlei de praia nas Olimpíadas de Londres, em 2012. Na final, Larissa e Juliana venceram as chinesas Zhang e Xue, por 2 sets a 1. Em 2008, em sua primeira Olimpíada, a capixaba ficou em quinto lugar na disputa. Após a conquista em Londres, alcançou a quarta colocação na Rio 2016.
Em março de 2015, Larissa contou ao jornal A Gazeta que passou a ser vista de forma diferente após o casamento com a também atleta capixaba Lili Maestrini.
O ano de 2012 foi especial e cheio de medalhas para a família Falcão. Além das competições regulares, dois filhos de Touro Moreno conquistaram medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres: Esquiva Falcão com a prata e Yamaguchi com o bronze.
O jornal A Gazeta mostrou a "Família Falcão unida no pódio" - duas medalhas conquistadas no boxe.
Os irmãos foram recebidos pelo então governador Renato Casagrande no Palácio Anchieta, sede do governo.
O caminho de Esquiva Falcão até a conquista da prata em Londres foi trilhado por dificuldades. Os filhos de Touro Moreno - Esquiva e Yamaguchi - colocaram o Brasil em um pódio olímpico no boxe após 44 anos sem representantes brasileiros. Esquiva, como mostra o jornal A Gazeta, conquistou a "prata, com orgulho".
Na final, perdeu para japonês e reclamou da arbitragem. "Acho que o juiz foi o responsável pelo resultado da luta, que não foi justo", lamentou.
Dias após a conquista, já em solo brasileiro, os irmãos foram recebidos pela então presidenta Dilma Rousseff. A chefe do executivo à época citou os capixabas como exemplos de superação.
Esquiva, assim como Yamaguchi, participou de uma única edição de Jogos Olímpicos. Anos depois, o boxeador prata em 2012 decidiu vender a medalha.
Alison Cerutti, atleta do vôlei de praia, foi o primeiro atleta capixaba a conquistar uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos. Em sua primeira Olimpíada, ao lado de Emanuel, Mamute ficou com a prata em Londres 2012.
No dia seguinte, o jornal A Gazeta anteviu: "Ouro fica para 2016". A reportagem trouxe, além de detalhes sobre a derrota na final, informações sobre a dupla. Aos 39 anos, Emanuel não confirmou se participaria de mais uma edição de Jogos Olímpicos.
O tempo fez bem ao capixaba. No ciclo seguinte, no Rio de Janeiro, o capixaba garantiu o primeiro lugar no pódio. O ouro foi conquistado ao lado de Bruno Schmidt.
Em Tóquio, sua terceira edição de Jogos Olímpicos, Alison foi eliminado nas quartas de final para uma dupla da Letônia. Ao final da partida, o capixaba cobrou a confederação de vôlei e pediu mais trabalho para que os brasileiros voltem a chegar a uma decisão.
Bruno Schmidt esteve ao lado de Alison Cerutti no tão comemorado ouro olímpico do vôlei de praia na Rio 2016. A areia de Copacabana foi palco de grandes atuações da dupla. Bruno nasceu em Brasília, mas treina, estuda e mora com a família no Espírito Santo há alguns anos.
O ouro foi conquistado em sua primeira edição de Jogos Olímpicos. Na segunda, em Tóquio, Bruno tinha Evandro como dupla. O capixaba foi eliminado nas oitavas de final.
Meses antes de disputar os Jogos no Japão, Bruno venceu uma outra batalha: a da Covid-19. O atleta ficou internado e chegou a ir para a UTI por conta de complicações da doença.
Os ventos do Rio de Janeiro sopraram a favor de dois capixabas nos Jogos Olímpicos de 2016. Representantes do ES já haviam conquistado medalhas olímpicas, mas sem registros de ouro até aquele ano. No dia seguinte ao feito de Alison Cerutti, do vôlei de praia, o zagueiro Luan garantiu a medalha de ouro.
Pela primeira vez, a seleção brasileira conseguiu ocupar o lugar mais alto do pódio em uma Olimpíada.
A TV Gazeta mostrou a chegada do campeão olímpico em casa, no município de Fundão. Entre elogios e autógrafos, o capixaba organizou a "3ª pelada dos amigos do Luan". Ele jogava pelo Vasco da Gama em 2016. Atualmente Luan está no Palmeiras.
O capixaba foi homenageado pela administração municipal. A então prefeita Maria Dulce Rudio Soares esteve no evento organizado em um estádio.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio receberam nove capixabas em seis modalidades diferentes. Do estreante ao atleta mais experiente, a expectativa era que algum dos representantes do ES conquistasse uma medalha.
Apesar de alguns resultados ruins, no vôlei de praia, por exemplo, o Estado já garantiu um lugar no pódio olímpico. Ele nasceu em Nova Venécia e veste a camisa dez: Richarlison representa o Espírito Santo na final do futebol. O Brasil enfrenta a Espanha. Mesmo que saia derrotado, irá voltar para casa com a prata. Se o resultado for positivo, o pombo pode "voar" de volta ao Estado com o ouro no peito.
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