Ao entrar no corredor que dá acesso ao vestiário do Budokan, cercado por cinegrafistas e repórteres de emissoras de televisão, Larissa Pimenta, 22, não esperou nem a primeira pergunta. Chorando, após a sua eliminação nas Olimpíadas de Tóquio, ela afirmou: "é difícil falar".
Ela venceu a primeira luta na categoria até 55 quilos, contra a polonesa Agata Perenc, mas não resistiu ao ippon da japonesa japonesa Uta Abe, 21, bicampeã mundial, na madrugada deste domingo (25).
"Estou sentindo muito, mas eu não vou desistir. Saio daqui de cabeça erguida, sabendo quem eu sou e o que fiz para estar no Japão", afirmou Letícia. "Continuarei o meu processo, me dedicando e acreditando que posso ir muito mais longe."
A missão de superar a japonesa era das mais complicadas. Considerada um fenômeno do esporte no Japão, Abe já entrou para história como a mais jovem a conquistar um Grand Prix, em 2017. Ela tinha apenas 16 anos.
"Independentemente de pegar ela [Uta Abe] na segunda luta, eu a enfrentaria [em algum momento] até a final, porque eu treinei muito e me senti preparada", disse Larissa, natural de São Vicente (SP) e judoca do Pinheiros.
"Eu tinha lutado com ela duas vezes, e ela tinha se comportado da mesma maneira nas duas. Mas hoje foi diferente. No meio da luta ela me surpreendeu ao trocar o lado [da pegada]."
Em sua estreia, Larissa demonstrou frieza em um tenso duelo com a polonesa Agata. No tempo regulamentar, ela cometeu duas infrações, ficando a uma de ser eliminada. A decisão foi para o golden score, no qual quem pontuar primeiro deixa o tatame com a vitória. Perenc também havia sido punida por duas vezes.
Após quatro minutos, a brasileira aplicou um wazari e saiu vitoriosa.
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