Os Jogos Olímpicos chegam em sua reta final e Tóquio já tem bem menos estrangeiros do que no início do evento. Isso porque, dentro dos protocolos de combate à pandemia, atletas e integrantes das comissões técnicas são obrigados a deixar o país no máximo 48 horas depois de suas provas terminarem e não podem ficar para acompanhar as competições dos seus companheiros de delegação. Assim, só continuam no Japão aqueles que ainda estão brigando por medalha.
Ao mesmo tempo, os organizadores estão apertando o cerco contra quem viola o manual de conduta e regras para conter a disseminação do vírus. Vinte e oito pessoas já foram punidas até agora. Seis, por exemplo, perderam suas credenciais. Entre os atletas penalizados estão dois judocas georgianos, que deixaram a Vila Olímpica para passear pela cidade, o que é proibido. Outras quatro pessoas receberam uma advertência e foram obrigadas a assinar um juramento de que não iriam mais infringir as regras impostas.
A polícia chegou a ser acionada para entrar na Vila Olímpica depois de receber uma denúncia de que um grupo estava reunido em uma praça no local ingerindo bebidas alcoólicas de madrugada. Os atletas podem beber dentro dos seus quartos, mas não em espaços abertos. "Isso é extremamente lamentável, pois pode prejudicar as percepções da grande maioria dos participantes que seguem as regras", disse o CEO do Comitê Organizador, Toshiro Muto.
Em outro caso de rigidez em relação ao combate à covid-19, o Comitê Olímpico Japonês informou que uma pessoa que visitou o Museu Olímpico testou positivo para o novo coronavírus. Todos que estiveram no local no mesmo horário do visitante infectado já foram informados sobre o caso para iniciar um período de quarentena e isolamento. Os funcionários foram dispensados do trabalho e o museu foi esterilizado. A preocupação chegou ao ponto de governadores pedirem ao governo japonês que oriente a população a evitar viagens de férias de verão para tentar conter a nova onda de disseminação do novo coronavírus pelo país.
Um outro foco de atenção está em Sapporo, cidade que vai receber a partir de quinta-feira as provas de maratona e marcha atlética Como são competições realizadas ao ar livre, pelas ruas da cidade, as autoridades estão reforçando a recomendação para que as pessoas fiquem em casa e não assistam às corridas nas vias públicas. Localizada na região norte do país, Sapporo foi escolhida como sede da maratona e da marcha atlética porque lá as temperaturas são mais amenas do que em Tóquio nesta época do ano.
Os organizadores não querem que se repita em Sapporo o que ocorreu durante uma prova de ciclismo em Tóquio, quando os torcedores se aglomeraram nas calçadas para ver os competidores. Cerca de 250 funcionários da prefeitura tiveram de ser chamados às pressas para dispersar a multidão e pedir ao público que parasse de assistir à corrida ao longo do percurso.
Os organizadores garantem que o recente aumento de casos de covid-19 em Tóquio não está diretamente relacionado à Olimpíada. Reforçam ainda que o sistema de bolha criado para separar os participantes do evento esportivo dos moradores está funcionando bem e que o risco de contaminação cruzada foi contido.
A taxa de positividade do vírus entre os participantes dos Jogos é de apenas 0,02%. Dos mais de 40 mil testes realizados nos aeroportos em pessoas que desembarcaram no Japão para trabalhar na Olimpíada, apenas 35 foram positivos.
Até agora, 276 casos vinculados aos Jogos foram anunciados, sendo de 24 atletas. Esses números não fazem parte dos dados anunciados pela prefeitura de Tóquio, que registrou 2.195 novas infecções por coronavírus na capital somente no dia de ontem. São 766 a mais em comparação com o mesmo dia da semana passada.
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