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O goleiro do futebol de cegos enxerga? Entenda

O goleiro do futebol de cegos enxerga? Entenda

Conheça as adaptações e características dessa modalidade que o Brasil é potência nas Paralimpíadas

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 15:42

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
O goleiro do futebol de cegos não usa venda.
Brasil na disputa do futebol para cegos nas Paralimpíadas de Paris. (Alessandra Cabral/CPB)
Caio Vasconcelos
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O futebol de 5, para cegos, é uma das três modalidades desenvolvidas especificamente para deficientes visuais. Mas apesar de ser feita para cegos, o goleiro enxerga, fato que gera muitas dúvidas naqueles que não conhecem bem o esporte.  

"Sempre me perguntam se sou cego e eu explico sobre a modalidade", comentou Matheus Bumussa, de 23 anos, goleiro da Seleção Brasileira nas Paralimpíadas de Paris. Pelas regras da modalidade, o goleiro não pode ter participado de competições oficiais da Fifa nos últimos cinco anos. Além da defesa do gol, no futebol de 5, ele possui outra função: orientar verbalmente os jogadores e posicionar a barreira em caso de cobrança. O goleiro só poderá orientar os atletas dentro do espaço de 2m próximos ao gol. 

O futebol de cegos, uma das modalidades mais emocionantes dos Jogos Paralímpicos, é disputado em campos adaptados e exige silêncio absoluto para que os jogadores possam se orientar pelo som da bola, que possui guizos. Cada time é composto por cinco atletas, incluindo um chamador, responsável por guiar o ataque, enquanto as regras seguem o formato do futsal, com algumas adaptações para garantir a segurança e a igualdade entre os participantes. 

Campo de jogo

As partidas de futebol de cegos são disputadas em uma quadra de futsal adaptada, com uma barreira de placas de madeira que impede a bola de sair pela lateral, a menos que passe por cima. Desde os Jogos Paralímpicos de Atenas, em 2004, também é comum que as partidas ocorram em campos de grama sintética com as mesmas medidas e regras do futsal. O gol tem dimensões de 3,66m x 2,14m.

Participantes

Cada equipe conta com cinco jogadores: um goleiro, que pode ter visão total ou baixa (B2 ou B3), e quatro atletas cegos, que usam vendas nos olhos para nivelar as condições de jogo. Além disso, há o chamador, posicionado atrás do gol adversário, orientando o ataque com informações como a posição da defesa e a direção do gol. O chamador só pode se comunicar quando o jogador está no terço ofensivo do campo.

Ambiente

O futebol de cegos é jogado em silêncio, diferente do futebol tradicional. A torcida, porém, é incentivada a se manifestar quando a bola estiver fora de jogo, durante faltas, gols e outras paralisações.

A bola

A bola, com peso entre 510 e 540 gramas, possui guizos que emitem sons para auxiliar os jogadores a localizá-la. Por isso, o silêncio durante o jogo é essencial.

Tempo de jogo

As partidas têm dois tempos de 15 minutos cronometrados, com um intervalo de 10 minutos. Cada equipe pode solicitar um tempo técnico de 1 minuto por período.

Regras

As regras seguem as do futsal convencional, com algumas adaptações. Por exemplo, os jogadores devem falar "voy" ("vou", em espanhol) ao se deslocarem em direção à bola para evitar colisões. Cada equipe tem direito a seis substituições por tempo, e a partir da quinta falta, um tiro livre é concedido ao adversário. No Brasil, a modalidade é organizada pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e internacionalmente pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA).

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