Manter contato com a natureza pode ser mais favorável do que parece. Aquela sensação de calma e felicidade que sentimos ao passear em meio a árvores e plantas de um parque urbano não é à toa. Uma pesquisa realizada pelo Centro para Meio Ambiente e Saúde da Universidade Chiba, no Japão, constatou que parques, jardins, flores e fitocidas (substância produzida pelas plantas contra micro-organismos) causam efeitos benéficos ao corpo humano.
Outras pesquisas realizadas na Europa chegaram à mesma conclusão. Os cientistas perceberam que quando o ser humano entra em contato com a natureza a pressão arterial diminui, assim como a produção de glóbulos brancos (células que cuidam da defesa do organismo), já que o organismo se sente mais seguro neste meio. A explicação dos cientistas para tais reações é que o corpo humano, na verdade, está acostumado com a natureza e não com a cidade, porque o atual modo de vida é muito recente.
Especial Parque Botânico
A Licia Mara Rodrigues Borges, 51, é a prova que todas essas pesquisas estão corretas. Há 15 anos - quando o Parque Botânico da Vale, em Jardim Camburi, em Vitória foi inaugurado -, a agente de turismo enfrentava uma luta contra o câncer. Logo depois da inauguração, o parque inseriu atividades físicas para pessoas adultas na programação. Me inscrevi nas aulas, que faço até hoje. Naquele período, frequentava o local assiduamente, principalmente, para fazer yoga. Foi quando reagi melhor ao tratamento, me senti mais forte, o médico até elogiou.
Outra pessoa que corrobora com os resultados das pesquisas é Marília Alves de Sales Ferreira, 33, que é deficiente visual. Ela começou a frequentar o Parque Botânico por indicação do Instituto Luiz Braille, em Vitória. Eu fiz visitas, conheci os espaços adaptados, assisti a palestras dadas pelo instituto. O lugar tem funcionários excelentes que fazem a gente se sentir acolhido, conta.
Uma das propostas do espaço é inserir qualidade de vida na rotina de pessoas com deficiência. Entre as atrações voltadas para esse público está o jardim sensorial, que oferece experiências por meio dos cinco sentidos. Os passeios no parque me trouxeram mais bem-estar. A melhor parte é que ele possui acessibilidade para os portadores de deficiência, elogia.
Fidelidade
As diversas variedades de plantas, atividades físicas e sensoriais, eventos e atrações fazem com que os frequentadores da região sejam cada vez mais fiéis. Licia, por exemplo, frequenta o Parque Botânico desde a inauguração e já levou muita gente para lá. Ela afirma que no início gostava de ir com os filhos e sobrinhos, mas reuniu diferentes perfis de pessoas, além de acrescentar eventos à programação do local.
Várias amigas minhas, também pacientes oncológicas, começaram a participar e frequentar o local, e são incentivadas pelos médicos a não parar.
A agente de turismo continua visitando o parque. Desde 2014, não há sinal de presença do câncer. Ela recomenda o local para outras pessoas porque acredita que momentos ao ar livre ajudam na melhora da autoestima e da saúde mental.
Especial Parque Botânico
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