"A tecnologia não só muda as funções, mas exige novas habilidades, e o mercado está pedindo essa adaptação bem mais rápida do que conseguimos oferecer”. A afirmação é de Gustavo Caetano, criador da Sambatech, empresa voltada para distribuição e gestão de vídeos online, um dos empreendedores mais influentes da atualidade. Ele traduz um dos principais desafios enfrentados pelo Espírito Santo para acompanhar a transformação digital que bate à porta de todos os segmentos.
Ante a um cenário de desafios, Caetano destaca que o Estado tem potencial para acelerar sua transformação, fortalecendo o ecossistema de inovação e investindo na formação de profissionais capacitados.
Um dos painelistas da 19ª edição do Pedra Azul Summit - encontro de líderes promovido pela Rede Gazeta, que começa na próxima sexta-feira (22), com programação exclusiva para convidados, Gustavo Caetano, que já foi considerado pela imprensa americana um “Mark Zuckerberg brasileiro”, antecipa alguns dos temas que abordará durante o encontro. Confira:
Na sua visão, quais são os principais desafios que empresas no Espírito Santo enfrentam para inovar e competir no cenário nacional?
Um dos maiores obstáculos que vejo no Espírito Santo para inovação é a escassez de mão de obra qualificada, especialmente quando falamos de tecnologia.
O cenário econômico está cada vez mais digital, e as profissões mais demandadas no futuro estarão todas ligadas a essa área. Mas, o problema é que a nossa mão de obra ainda não está pronta para atender essa necessidade. O déficit de formação é um grande gargalo. A tecnologia não só muda as funções, mas exige novas habilidades, e o mercado está pedindo essa adaptação bem mais rápido do que conseguimos oferecer.
Como você avalia o ecossistema de inovação do Espírito Santo?
Avalio o ecossistema de inovação do Espírito Santo como um ambiente em crescimento, mas que ainda tem espaço para se fortalecer. A inovação depende de colaboração – é um jogo de soma, não de competição entre empresas do mesmo Estado. Em uma era de ecossistemas, empresas que conseguem trabalhar em rede estão sempre à frente.
O que ainda precisa ser desenvolvido para fortalecer essa rede local?
No Espírito Santo, já vemos iniciativas de empresas com visão colaborativa, como o Grupo Águia Branca, que buscam construir algo maior do que elas mesmas. Isso é crucial! São as redes de empresas competindo entre si no cenário nacional e internacional que vão prosperar.
Que tipo de políticas públicas ou iniciativas privadas poderiam alavancar o crescimento de startups no Estado e fomentar a inovação no ES?
Acredito que políticas públicas como as que ajudamos a criar em Minas Gerais, como o Seed, são fundamentais para impulsionar o crescimento das startups e a inovação. O Seed era um programa do governo que acelerava empreendedores do mundo todo em BH, e o impacto foi gigante. Esse tipo de iniciativa fortalece o ecossistema local, pois traz empresas, talentos e visibilidade para a região.
Foi um divisor de águas que deu origem a cases como Sambatech, Inter, Hotmart, Max Milhas e outros que, hoje, são referências. Isso mostra que, com o suporte adequado, o Espírito Santo pode desenvolver seu próprio ecossistema forte e competitivo.
Quais tendências em inovação e tecnologia você acredita que terão o maior impacto nos próximos anos?
Estamos entrando na tempestade digital perfeita. Nos próximos anos, três tecnologias vão mudar tudo: inteligência artificial, robótica acessível e alta conectividade com 5G e 6G. Essas inovações vão transformar o cenário de forma inimaginável.
As empresas do Espírito Santo e do país como um todo precisam entender que esse ambiente vai ser completamente novo, e se preparar para isso desde já.
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