O Brasil pode chegar a 2030 tendo apenas 8 partidos políticos registrados na Justiça Eleitoral. Atualmente, há 29 legendas com registro ativo na base de dados da Corte. A previsão de redução no número de siglas partidárias ao longo dos próximos anos foi apresentada no painel Panorama Político 2024/2025, na abertura da 19ª edição do Pedra Azul Summit - Encontro de Líderes, nesta sexta-feira (22), em Pedra Azul, Domingos Martins, na Região Serrana do Espírito Santo.
As perspectivas para a política a partir do ano que vem foram trazidas pelo jornalista e comentarista da GloboNews Nilson Klava e pelo cientista político e ex-assessor do Supremo Tribunal Federal (STF) Rafael Favetti. A mediação ficou por conta de Mário Bonella, apresentador da TV Gazeta.
Conforme os dois palestrantes, há uma forte tendência para que as principais decisões políticas no país se concentrem um número reduzido de legendas, especialmente entre as mais alinhadas com o centro e o centro-direita.
Ainda segundo Nilson Klava, "a redução no número de partidos ajuda , também, a melhorar a relação entre Executivo e Legislativo".
Rafael Favetti, por sua vez, destacou a ampla frente partidária formada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o especialista, apesar de ter conseguido uma considerável variedade de siglas em sua base, a gestão de Lula mantém um núcleo majoritariamente petista.
O cientista político também aponta que o governo Lula mantém um perfil conservador, no que se refere às poucas mudanças em sua condução, por estar "acuado" em função da resistência que encontra, por exemplo, entre grupos partidários mais próximos da direita e da extrema direita.
Ao analisarem os resultados das eleições deste ano, os dois especialistas foram categóricos em afirmar que mostraram a força das legendas de centro e de centro-direita, afastando o pleito municipal da polarização político-partidária que domina o país.
"A discussão nacional não influenciou nas eleições municipais. A polarização Lula x Bolsonaro não foi levada em consideração para o eleitor real", afirmou Rafael Favetti.
Para Nilson Klava, as figuras de Lula e Bolsonaro não foram determinantes no resultado do pleito deste ano. No entendimento do jornalista, a influência dos governadores, o poder da reeleição e a liberação das emendas parlamentares para os municípios, sim, foram cruciais na eleição dos prefeitos em 2024.
Promovido pela Rede Gazeta, o Pedra Azul Summit reúne, até este sábado (23), os principais líderes políticos e empresariais capixabas para uma programação com análises sobre política, economia e negócios, tendo a participação de especialistas de renome nacional, sem deixar de lado o foco no Espírito Santo.
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