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Carvão de laranjeira e família que recuperou floresta levam Prêmio Biguá no Sul do ES

Carvão de laranjeira e família que recuperou floresta levam Prêmio Biguá no Sul do ES

A 13ª edição do prêmio no Sul do Espírito Santo foi realizada na manhã desta terça-feira (22) e reconheceu projetos em seis categorias; conheça os vencedores

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 19:08

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Carvão de laranjeira e recuperação de área degradada levam Prêmio Biguá no Sul do ES
Projetos vencedores do Prêmio Biguá em Cachoeiro de Itapemirim. (Ebinho Leandro Souza)
Sara Oliveira
Repórter / [email protected]

Foi durante as chuvas de 2008, após uma cabeça d’água assombrar a rotina dos moradores de Caeté, na zona rural de Jerônimo Monteiro, que a família Araújo decidiu começar a trabalhar pela recuperação de áreas degradadas na região. Nesta terça-feira (22), 16 anos depois, o projeto da família foi um dos vencedores da 13ª edição do Prêmio Biguá em Cachoeiro de Itapemirim, que reconhece projetos sustentáveis no Sul do Espírito Santo.

Chegando a 13 anos de história, o objetivo do prêmio é destacar projetos e pessoas que estão à frente de soluções comprometidas com o bem-estar do planeta. Ao todo, foram 52 projetos inscritos nesta edição, dividida em seis categorias: Ensino Superior, Empresas, Escola, Poder Público, Produtor Rural e Sociedade Civil.

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O Prêmio Biguá vem cumprindo seu objetivo, que é dar visibilidade a iniciativas simples, porém efetivas. Iniciativas que podem ser replicadas e que, à medida que vão sendo multiplicadas, vão transformando positivamente o meio ambiente

Maria Helena Vargas
Diretora Regional da Rede Gazeta
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Maria Helena Vargas ressalta que, nesta edição, o prêmio contou com exemplos de ações que demandam pouco recurso, mas que dependem da vontade do poder público e da sociedade para se tornarem realidade. "É uma corrente do bem, que vai ajudando o meio ambiente, criando uma onda de boas práticas em meio a tantas notícias preocupantes na área ambiental”, enfatiza a gestora.

Carvão de laranjeira e recuperação de área degradada levam Prêmio Biguá no Sul do ES
Premiação foi realizada na manhã desta terça-feira (22), em Cachoeiro de Itapemirim. (Ebinho Leandro Souza)

Categoria produtor rural: recuperação florestal em família

O projeto da família Araújo, em Jerônimo Monteiro, conquistou o primeiro lugar na categoria Produtor Rural. Com o título “Plantando sobre pedras: vida para as futuras gerações”, o objetivo da iniciativa, que começou em 2008, era recuperar a área degradada pela chuva na propriedade Fazenda Caeté, por meio do reflorestamento e da adoção de práticas que buscavam a conservação da água e do solo.

Os organizadores trabalharam para conter processos erosivos iniciados após as fortes chuvas, recuperando nascentes e fornecendo condições favoráveis à reestruturação da vida no ambiente degradado. De acordo com a família, as ações promoveram o reflorestamento ao redor das residências e a recuperação de pontos de erosão.

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Isso mostrou que vale a pena cuidar do meio ambiente, vale a pena cuidar de onde a gente mora, cuidar das nascentes, cuidar do meio ambiente. Nós estamos muito felizes por termos feito esse trabalho e nós vamos continuar com esse projeto até as próximas gerações

José Luiz Vargas Araujo
Produtor rural responsável pelo projeto
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Carvão de laranjeira ganha na categoria Ensino Superior

Na categoria Ensino Superior, o projeto que conquistou o primeiro lugar foi “O uso de biocarvões produzidos com resíduos de madeira de laranjeira para o tratamento de esgoto em Jerônimo Monteiro”, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) na cidade. O projeto investigou o uso de carvão proveniente de laranjeiras para o trato do esgoto sanitário no município, ao invés de usar apenas itens como o cascalho e a areia, que são mais comuns.

“[O projeto] tem esse intuito de  colocar um resíduo sem valor agregado e dar o seu devido valor, transformando-o em um produto que pode, e que tem, conseguido tratar o esgoto sanitário de uma forma eficaz e econômica”, explica a pesquisadora Iara Nobre Carmona, responsável pela iniciativa.

Empresas: Fibra da taboa para preservação da lagoa Mãe-Bá

Já na categoria Empresas, o projeto vencedor foi “Mulheres de Fibra”, da Associação de Artesanato Mãe-Bá, em Anchieta. O projeto foca na utilização da fibra da taboa, uma planta nativa da região, nas atividades da entidade. Por meio de técnicas tradicionais de artesanato, os membros da associação transformam essa fibra em produtos que não apenas preservam a cultura local, como também oferecem uma alternativa econômica viável para a comunidade.

“Com a retirada da planta, que é presente na nossa lagoa, isso ajuda na oxigenação da mesma, porque, se ela fica lá e ninguém tira, a raiz dela apodrece e não dá uma boa oxigenação. Então, retirando, isso ajuda na preservação do meio ambiente e gera renda para os nossos artesãos”, explica Carmelita Nascimento Furlan, responsável pelo projeto.

Escola revitaliza ambiente para alunos

O projeto da escola municipal Eliseu Lofêgo, em Cachoeiro de Itapemirim, conquistou o 1º lugar da categoria Escola. Com o nome “Escola Verde: Encantamento Sustentável”, a iniciativa promoveu a revitalização do ambiente escolar, promovendo a conscientização sobre o descarte correto do lixo, a replicação de mudas das plantas cultivadas no ambiente escolar, a produção de adubos naturais por meio do recolhimento de cascas de legumes e frutas, bem como a utilização de adubos naturais no cultivo das plantas.

Para a gestora Daniela Passoni Altoé, responsável pela atividade, a conquista do prêmio significa muito mais que o reconhecimento público. “É sinal que estamos no caminho certo. Nós estamos colhendo os frutos de nosso projeto, criando o sentimento de pertencimento e responsabilidade com o meio ambiente em todos que fazem parte da nossa comunidade escolar”, ressalta.

Prefeitura constrói barreira para conter poluição

Na categoria Poder Público, o projeto que conquistou o 1º lugar foi a iniciativa “Ecobarreira”, da Prefeitura Municipal de Ibatiba. O objetivo era reduzir a contaminação por resíduos sólidos nos corpos hídricos do município. Para isso, o município identificou e mapeou as áreas de maior concentração de resíduos sólidos, construindo e instalando ecobarreiras flutuantes com materiais recicláveis, como galões plásticos.

Segundo os organizadores, desde a instalação da Ecobarreira, o município já retirou cerca de 205 kg de resíduos dos rios em apenas quatro meses de funcionamento. “É uma prova de que quando nós nos dedicamos a algo que acreditamos, o impacto pode ser muito maior do que a gente podia imaginar. O prêmio representa o reconhecimento de um trabalho que visa transformar, contribuir para um futuro mais sustentável. É uma motivação para a gente poder continuar buscando soluções mais sustentáveis e inovadoras”, ressalta o engenheiro ambiental da prefeitura, Ítalo dos Santos Dias.

Sociedade Civil: horta solidária promove alimentação consciente

Na categoria Sociedade Civil, o vencedor foi “Horta Solidária”, da Apac Feminina de Cachoeiro de Itapemirim. A iniciativa é focada em trabalhar a horta de forma solidária e com consciência ambiental, sem a utilização de agrotóxicos e fertilizantes químicos. O projeto ainda aproveita a água proveniente de uma nascente para garantir a irrigação sustentável, econômica e sem contaminação. Para os idealizadores, a ação acaba se tornando uma via de mão dupla, que beneficia a todos.

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Podemos dizer que, de certa forma, nós beneficiamos a natureza, mas quem são os maiores ganhadores é a sociedade, é a humanidade, somos nós mesmos

Caio Thadeu Any Jordao
Gerente Geral da APAC de Cachoeiro de Itapemirim
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