A Penitenciária Regional de Linhares descartava 1.600 embalagens de marmitex por dia, quando agentes da unidade decidiram encontrar uma nova destinação para os recipientes feitos de isopor. Esse material agora é reciclado e se tornou matéria-prima para a produção de mesas e outros objetos de concreto. Nessa quinta-feira (24), a iniciativa foi uma das vencedoras do Prêmio Biguá Norte, que reconhece iniciativas sustentáveis na região.
Iniciado há 13 anos no Sul do Espírito Santo, o Prêmio Biguá já premiou mais de 130 iniciativas sustentáveis. No Norte do Estado, essa foi a quarta edição, com cerimônia de premiação realizada na noite de quinta-feira (24), em Linhares.
Na categoria Poder Público, o vencedor foi o projeto “EcoMesa: Sustentabilidade Concreta”, da Penitenciária Regional de Linhares. A iniciativa transforma o descarte de embalagens de isopor usadas em refeições dos reeducandos em artefatos úteis. Ao invés de serem jogadas no lixo, essas embalagens são coletadas, limpas e recicladas, integrando a produção de mesas e outros objetos de concreto.
O objetivo era diminuir o descarte de marmitas de isopor, além de sensibilizar os reeducandos sobre a importância da preservação ambiental. O objetivo, agora, é fazer com que o projeto ultrapasse os limites de Linhares e chegue a outras unidades.
“Com a expansão do projeto para todas as unidades prisionais do Estado, estimamos que mais de 16 milhões de vasilhames de isopor deixarão de ser descartados anualmente no lixo comum, o que representa mais de 80 toneladas de resíduos", ressalta Thiago Deluca Monthay, responsável pelo projeto.
Na categoria Escola de Ensino Fundamental e Médio, o projeto vencedor foi o “Florindo Sustentabilidade”, da Escola Comunitária Rural de Japira, em Jaguaré. A instituição desenvolveu uma ação de arborização do ambiente em torno da escola, plantando mudas na estrada que dá acesso à instituição, além de manter um currículo focado em ações voltadas para a sustentabilidade e a agroecologia.
Na categoria Sociedade Civil, o primeiro lugar foi dado ao Projeto Escola Verde, do Conselho do Ceim Joelma Rocha, em Linhares. A iniciativa nasceu em 2023, partindo da união entre pais, comunidade escolar e do desejo de trazer maior percepção ambiental para a escola.
As atividades envolveram a organização das áreas já existentes, uma forma de resolver essa ausência de espaços verdes e de árvores, além de desenvolver o senso crítico ambiental.
Na categoria Empresa, o vencedor foi o projeto “Reserva Sustentável”, da Reserva Natural Vale, em Linhares. A iniciativa oferece cursos gratuitos de capacitação, promovendo a participação da comunidade em ações que estimulem o uso sustentável dos recursos naturais.
O objetivo também é contribuir para a construção de uma relação sustentável entre o homem e a natureza, contribuir para o crescimento econômico inclusivo e sustentável da região e criar possibilidades de alavancar o turismo sustentável. “É incrível ser reconhecido. Isso motiva a equipe a continuar os trabalhos que demandam muito esforço e dedicação”, comemora.
Já na categoria Produtor Rural, o vencedor foi o projeto “Na Contramão do Sistema Tradicional”, da Fazenda São Sebastião, em Sooretama. Em 2009, a propriedade começou uma transformação no manejo das lavouras de café conilon, apostando nessa inovação para aumentar o valor do seu produto e conseguir melhores preços.
O produtor Tiago Camiletti utilizou técnicas como a intensificação da poda programada, o adensamento do plantio, mudanças na maneira de adubar, além da tática que ele considera mais ousada: o consórcio do café com a braquiária, um tipo de capim que é utilizado para proteger o solo e aumentar a umidade. O resultado foi a transformação do cultivo dos 5,5 hectares de café plantados na fazenda em um produto econômico, social e ambientalmente sustentável.
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