> >
Prêmio Biguá reconhece projetos voltados ao meio ambiente no Norte do ES

Prêmio Biguá reconhece projetos voltados ao meio ambiente no Norte do ES

Premiação contou com uma banca examinadora técnica que avaliou os trabalhos. Registro de inscrições dobrou em relação à última edição

Publicado em 20 de outubro de 2022 às 21:30

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Vencedores da noite do Prêmio Biguá Sustentabilidade 2022
Vencedores da noite do Prêmio Biguá Sustentabilidade 2022. (Divulgação/7D Produção)

Iniciativas voltadas para a preservação do meio ambiente são cada vez mais importantes para a vida das gerações atuais e futuras. Várias delas acontecem em cidades do Norte do Espírito Santo e já trazem impacto para a sociedade. O Prêmio Biguá Sustentabilidade de 2022 reconheceu o trabalho de 14 projetos na região.

O evento aconteceu na noite de quarta-feira (19), no Cerimonial Le Pallace, no bairro Três Barras, em Linhares. Essa foi a segunda edição da premiação no Norte, que tem como objetivo reconhecer e divulgar as boas práticas na área ambiental, e teve como tema “É Tempo de Plantar Boas Ideias”.

A diretora da Rede Gazeta Norte, Maria Helena Vargas, destacou a importância de ações como essas diante dos desafios do mundo no cuidado à natureza. Segundo ela, houve um aumento no número de inscrições neste ano.

Maria Helena Vargas, diretora da Rede Gazeta Norte, durante discurso
Maria Helena Vargas, diretora da Rede Gazeta Norte, durante discurso. (Divulgação/7D Produção)

“Estamos há mais de 3 décadas vislumbrando uma modificação no meio ambiente, que passa por uma degradação muito grande, um modelo de consumo que o planeta não sustenta mais, e também a escassez de água é algo que deixa as pessoas muito preocupadas. Essas iniciativas vêm para contribuir e nós queremos reconhecer, valorizar e divulgar. Nós estamos muito felizes com a participação da sociedade. O número de inscrições dobrou neste ano”.

A premiação foi dividida em 5 diferentes categorias: Ensino Fundamental e Médio, Sociedade Civil, Poder Público, Empresa e Produtor Rural.

Todos os projetos foram analisados por uma banca examinadora, composta por representantes Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Os jurados escolheram os 1º, 2º e 3º melhores trabalhos das categorias.

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Professora recebe premiação
Professora recebe premiação. (Divulgação/7D Produção)

O primeiro lugar na categoria Ensino Fundamental e Médio ficou com o projeto “Comunidade Consciente”, desenvolvido pela Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Antônio Fernandes de Almeida, que fica no bairro Interlagos 2, em Linhares.

O trabalho de educação ambiental envolve o empenho de professores e alunos. Ele começou após uma série de debates nas salas de aula sobre os problemas internos da escola, como desperdício de água e lixo orgânico que se acumulava.

O tempero verde que é colhido da horta no quintal da escola vai para a merenda. Com a sobra dos alimentos, a horta ganhou vida. O lixo orgânico foi transformado em chorume, para ajudar na saúde da planta.

A escola produz sabão, que tem o óleo de cozinha como principal ingrediente, também bolsas feitas com caixas de leite. Há ainda o recolhimento de latinhas de alumínio para serem vendidas e o dinheiro revertido em benefícios para a escola.

Aspas de citação

É um privilégio muito grande participar deste evento, porque nos incentiva a fazer práticas voltadas ao meio ambiente. A gente vê a importância disso para a escola, para as futuras gerações. Esse é um momento fantástico, único, obter esse reconhecimento

Janice Braga Narciso
Professora da escola
Aspas de citação
Os premiados na categoria Ensino Fundamental e Médio
Os premiados na categoria Ensino Fundamental e Médio. (Reprodução)

SOCIEDADE CIVIL

Diego agradece pela premiação
Diego agradece pela premiação. (Divulgação/7D Produção)

Na categoria sociedade civil, foi reconhecido o trabalho “Diego - Pertencimento e Luta pelo Manguezal”, realizado pelo pescador e catador Diego Correia Simões, indígena, filho de Aracruz, que nasceu e cresceu entre plantas de mangue.

Uma catástrofe climática em 2016, fez o manguezal do Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim, em Aracruz, mudar de paisagem. Diego tenta recuperar o cenário com um trabalho com a implantação de sementes de propágulos, que são estruturas que se desprendem de uma planta adulta para dar origem a uma nova planta. Ele já plantou 800 mudas dessa planta e não pretende parar.

Aspas de citação

Sobre a premiação, é bom que aconteça para incentivar toda uma sociedade para ajudar a natureza. O que me motiva é o amor à natureza, convivo com ela desde pequeno. A gente espera novos trabalhos para o futuro

Diego Correia Simões
Pescador e catador
Aspas de citação
Vencedores da categoria Sociedade Civil
Vencedores da categoria Sociedade Civil. (Reprodução)

PODER PÚBLICO

Prefeitura de Linhares venceu na categoria Poder Público
Prefeitura de Linhares venceu na categoria Poder Público. (Divulgação/7D Produção)

No poder público, o vencedor é “Revitalização da Cultura do Cacau em Linhares”, desenvolvido pela Prefeitura de Linhares. Linhares é conhecida como “terra do cacau” e não é à toa. O município é responsável por 85% da produção da fruta em todo o Espírito Santo.

Em 2001, a doença “vassoura de bruxa” devastou fazendas e reduziu o índice de produtividade. A produção, que chegou a cerca de 14.000 toneladas, hoje está em aproximadamente 5.000 toneladas.

A grande maioria das lavouras cacaueiras fica na região do Baixo Rio Doce, e o plantio é no formato de “Cabruca”, em uma área remanescente da Mata Atlântica. Foi feito um viveiro de mudas de cacau, que atende a pelo menos 60 produtores. O trabalho tem como um dos principais fatores preservar a floresta e retomar o poder econômico dos produtores.

Aspas de citação

Nós temos no município uma extensão bastante grande de Mata Atlântica e uma dessas porções é cultivada no sistema de cabruca com cacau. É muito gratificante saber que nós temos participação junto com os produtores na ajuda à preservação deste importante bioma. Gostaria de parabenizar a Rede Gazeta, que ajuda a reconhecer e a descobrir novas ações que visam a preservação não só do bioma local, mas de todo o Espírito Santo

Bruno Marianelli
Prefeito de Linhares
Aspas de citação
Vencedores da categoria Poder Público
Vencedores da categoria Poder Público. (Reprodução)

EMPRESA

Empresa Portocel foi reconhecida no Prêmio Biguá
Empresa Portocel foi reconhecida no Prêmio Biguá. (Divulgação/7D Produção)

Na categoria empresa, a vencedora é a Portocel, no terminal especializado da Barra do Riacho. O projeto “Coletivo Ecoagentes em Ação” atua na conscientização ambiental de três comunidades que ficam no entorno da sede da empresa, no litoral de Aracruz, explica a analista de sustentabilidade Gislene Souza Rabelo. Espaços sujos são limpos, o lixo se torna arte.

Aspas de citação

O reconhecimento é muito importante pelo nosso trabalho, que nós desenvolvemos nas comunidades do entorno da Portocel de educação ambiental e consciência. De cuidar da comunidade, do meio ambiente, de não poluir. O que nós fizemos foi formar essas pessoas para serem multiplicadores. A gente precisa de mais pessoas. Hoje a comunidade mesmo toma iniciativas sem depender da empresa, tomam por si só, que era o nosso objetivo

Gislene Souza Rabelo
Analista de sustentabilidade
Aspas de citação
Vencedores da categoria Empresa
Vencedores da categoria Empresa. (Reprodução)

PRODUTOR RURAL

Fazenda Bela Morena é vencedora na categoria Produtor Rural
Fazenda Bela Morena é vencedora na categoria Produtor Rural. (Divulgação/7D Produção)

Venceu o projeto “Pimenta-do-reino em Tutor Vivo Nim Indiano”, desenvolvido na fazenda Bela Morena, em Jaguaré, com o auxílio do técnico Josemberg Lima Passos, do Senar. A sustentabilidade é a marca do trabalho feito em família. Em meio à plantação da pimenta estão as árvores de nim indiano.

Invés de derrubar árvores para servir de estaca para a pimenta, as árvores plantadas fazem esse papel.

Aspas de citação

Há sete anos a gente começou a desenvolver esse projeto de plantar pimenta-do-reino no nim indiano, que é uma planta, uma árvore. Nisso, nós estamos preservando o meio ambiente plantando árvores. Nós temos 33 mil pés plantados em produção e são mais 16 mil pés de nim plantados aguardando a pimenta-do-reino. É importante preservar, conservar e também há o retorno financeiro. Nós diminuímos o custo da nossa propriedade, para ela ficar mais sustentável. Temos gratidão por esse reconhecimento. A gente vê que boas práticas têm resultado

Teresinha Lúcia Sossai Altoé
Proprietária da fazenda
Aspas de citação
Vencedor da categoria Produtor Rural
Vencedor da categoria Produtor Rural. (Reprodução)

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais