Mudanças de hábitos, atitudes e comportamentos que podem diminuir os efeitos causados pelo ser humano no meio ambiente. Foram essas iniciativas reconhecidas pelo Prêmio Biguá Sustentabilidade, que aconteceu na noite de quinta-feira (21), em Colatina, e premiou 14 projetos da área ambiental de municípios do Noroeste do Espírito Santo.
A diretora da Rede Gazeta Norte, Maria Helena Vargas, destaca que o prêmio foi criado para divulgar, valorizar e incentivar as boas práticas de preservação ambiental. E já tem mostrado resultados, com o aumento no número de inscrições de projetos neste ano.
“Esse ano, para nossa surpresa, dobramos as inscrições. É uma felicidade diante do período de seca em que estamos vivendo no Estado. Se nós conseguirmos fazer com que essas iniciativas que nós premiamos e damos visibilidade sejam multiplicadas, isso contribuirá para um mundo melhor. Esse é o objetivo do Prêmio Biguá: não só reconhecer quem está fazendo, como tocar outras pessoas para contribuírem com o meio ambiente”, diz a diretora.
Essa foi a 2ª edição da premiação na região, que tem como tema “É Tempo de Plantar Boas Ideias”. O evento reconheceu projetos nas categorias de: Ensino Fundamental e Médio, Sociedade Civil, Poder Público, Empresa e Produtor Rural.
O prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi, afirmou que é muito importante ter a premiação pelo segundo ano no município. “Nós vamos trabalhar para receber o prêmio todo ano em Colatina. E motivando também nosso município e região para termos projetos de sucesso e também em maior quantidade. O importante é que a sustentabilidade esteja sempre presente na nossa região”, afirma o prefeito.
Colatina tem uma área ambiental equivalente a 30% do território total do município. A maioria são de áreas degradadas, mas que estão em processo de reconstrução e reflorestamento, segundo o engenheiro florestal e subsecretário de Desenvolvimento e Infraestrutura Rural de Colatina, José Carlos Loss Júnior. “É um percentual importante, mas precisa ser melhor trabalhado”, pontua.
Para ele, é impossível o desenvolvimento do setor rural sem pensar na preservação do meio ambiente. “Hoje não podemos mais pensar em aumentar a área de produção agrícola irrigada, que é de 10% da área total e já ultrapassou a capacidade de suporte de água que o município tem para manter a produção rural. Nós temos que partir para aumento de tecnologia, economia de água, agroindustrialização”, explica.
CATEGORIA: EMPRESA
Na categoria empresa, o ganhador foi o Laboratórios Bagó do Brasil com o projeto “Sustentabilidade, nós apoiamos essa Causa! #SOSPLANETA”. O projeto implementou diversas iniciativas dentro da empresa, como canaletas para captação e reciclagem de água. A organização também adquiriu o sistema de compra de energia privada, com foco na redução da emissão total de carbono.
Além disso, houve a mudança de hábitos internos dos funcionários para com o intuito de reduzir o consumo de papel, que teve um resultado de 70% na redução, e plásticos, como copos descartáveis.
CATEGORIA: ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
A vendedora da categoria de escolas de ensino fundamental e médio foi a EMEFIT "Adwalter Ribeiro Soares", no bairro Santa Terezinha, em Colatina, com o projeto “Adwalter Buscando a Sustentabilidade”.
A diretora da escola, Gleiciva Romanha, conta que a iniciativa promove o cultivo de hortas e compostagem feitas com a participação dos alunos. Além disso, a instituição ainda tem um sistema de reaproveitamento para coletar toda a água residual do sistema de ar condicionado.
CATEGORIA: PODER PÚBLICO
A secretária de Agricultura de Santa Teresa, Edna Totola, ganhou o prêmio na categoria poder público pelo projeto “Barraginhas e Cochinhos na Sub-bacia do Rio Santa Maria do Doce em Santa Teresa”.
As estruturas — conhecidas como barraginhas e cordões de cocho — tem por objetivo diminuir a velocidade de escoamento da enxurrada e facilitar a infiltração da água no solo ou seu escoamento de forma segura, promovendo a conservação de solo e água. Através delas é possível fazer a retenção de águas de chuvas e infiltração no solo, reduzindo o processo erosivo.
O projeto contempla propriedades rurais localizadas na Sub-bacia do Rio Santa Maria do Doce, abrangendo os distritos de Santo Antônio do Canaã, São João de Petrópolis, Alto Santa Maria, Alto Caldeirão e 25 de Julho.
CATEGORIA: PRODUTOR RURAL
O produtor rural, Juliberto Stuhr, de 70 anos, ganhou o 1° lugar do prêmio com o projeto “Conservação ambiental de propriedade rural”. Segundo, 50% da área da propriedade rural é de mata preservada. Juliberto tem produção de café e criação de gado, mas o amor pela natureza sempre falou mais alto.
“Eu sou um simples agricultor, mas amo a natureza. Nunca precisei destruir a natureza para cultivar nada. Para mim é um reconhecimento do que eu fiz, um sentimento que eu tenho desde criança”, conta o agricultor.
A filha, Patrícia Stuhr, de 44 anos, ficou emocionada ao ver o trabalho de toda a vida do pai ser reconhecido. Para ela, é uma conquista para o pai e toda a família.
CATEGORIA: SOCIEDADE CIVIL
Nesta categoria, ganhou o projeto “Sustentabilidade na Pratica”. Mais do que um projeto, é um propósito de vida para Nilton Broseghini, de 68 anos. O foco é recuperação de áreas de nascentes com espécies da Mata Atlântica.
“Eu iniciei esse projeto há mais de 30 anos, com amigos, plantando árvores à beira de estradas, rios e córregos. Mas eu senti a necessidade de fazer mais e com mais voluntários. Nós começamos a reflorestar áreas degradadas e áreas de nascente”, afirma.
Ele calcula ter plantado mais de meio milhão de árvores com o projeto de reflorestamento. Emocionado ao ser anunciado o ganhador do 1º lugar, para Nilton o Prêmio Biguá é o maior reconhecimento que ele já teve.
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