Na Região do Sul do Espírito Santo, a diversidade da fauna e da flora ainda reinam em unidades de conservação. Um dos refúgios, em Vargem Alta, além de preservar a Mata Atlântica, abriga também animais silvestres que foram capturados e castigados em cativeiros irregulares.
A Expedição Biguá, realizada pela TV Gazeta Sul, visitou a Reserva Particular do Patrimônio Natural Mata das Flores, em Castelo. Por lá, entre as espécies vegetais raras e ameaçadas se destaca uma de grande porte: o jequitibá-rosa, muito explorado no passado para o uso da madeira, hoje ele é símbolo do Estado do Espírito Santo.
A gente se sente tão pequena diante da grandeza de Deus, da natureza. O jequitibá é símbolo da Mata Atlântica e do Espírito Santo. Esse aqui tem mais de 500 anos, provavelmente desde que o Brasil foi descoberto ele deve estar aqui, disse a ambientalista Dalva Ringuier, que acompanhou a equipe de reportagem na expedição.
Na área também foi flagrado resquício da ação humana. Árvores raras foram derrubadas para beneficiar plantações de café. Tudo indica que foi uma derrubada criminosa, para tirar a sombra do café, por se tratar uma árvore endêmica, de excelente valor comercial e não foi tirada do local, acredita o agente do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema), Justino Marques Marquezini.
Ainda em Castelo, outra riqueza se esconde no interior do município. Em meio às formações rochosas da Gruta do Limoeiro, milhares de morcegos se abrigam nas paredes, na escuridão. O animal tem um papel muito importante no equilíbrio ecológico, explica o biólogo Helimar Rabello.
No mundo inteiro existem 1.005 espécies. Dessas, só três se alimentam de sangue e podem causar algum perigo. As outras são frugívoras (se alimentam de frutas), que têm papel de espalhar sementes pelas florestas, e outro grupo é insetívoro e chega a comer quase 100 gramas de insetos por dia cada um. Isso é um controle de pragas muito bom. Eles têm um papel ecológico muito mal compreendido, e são importantíssimos para o equilíbrio natural, explicou Rabello.
Na Reserva Particular de Patrimônio Natural Mata da Serra, em Vargem Alta, animais antes mantidos irregularmente em cativeiro, que foram apreendidos em ações da Polícia Militar Ambiental, são levados para a área.
Somente no primeiro semestre desse ano, a polícia recolheu 465 animais que estavam presos de forma irregular. Eu acho que falta conscientização das pessoas que ainda têm o costume de manter um animal em cativeiro irregularmente e de adotar certas práticas que estão em desacordo com nossa legislação, pois interferem na nossa qualidade de vida e dos animais que estão na natureza, afirma o Comandante da 4ª Cia da Polícia Ambiental, o capitão Reinaldo Faria.
Os animais que são apreendidos ficam em viveiros e recebem cuidados. A ave quando fica muito presa, ela perde massa muscular, o músculo peitoral atrofia, o que é essencial para o voo. Precisam de tempo para se reabilitar e são soltos novamente na natureza, comentou o biólogo Helimar Rabello.
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