Deixar o acompanhante e ser levado para um procedimento é um dos momentos mais marcantes (e tensos) antes de uma cirurgia, sobretudo para as crianças. Mas um hospital de Vitória decidiu deixar as macas de lado e usou fitas e adesivos para construir uma pista de carro pelos corredores da unidade. O objetivo? Os pequenos agora vão para o centro cirúrgico dirigindo um carrinho elétrico.
O projeto foi idealizado por médicos do Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG) e contou com a parceria do Instituto Luzes, que comprou, montou e adaptou dois carrinhos elétricos para serem utilizados por crianças de até 50 quilos. "A intenção foi trazer uma sensação melhor na criança, afastar aquele medo, distraí-la para trazê-la para o centro cirúrgico com um pouco mais de calma e estresse", disse o diretor-geral do hospital, Clio Venturim.
A pista de carro, que tem sinalização e até faixa de pedestres, foi construída por funcionários da unidade e por integrantes do instituto. De acordo com o conselheiro fiscal, Carlos Damázio, ele e outros voluntários passaram o dia com roupas de centro cirúrgico, colocando as fitas no chão para o ambiente se tornar uma imersão lúdica para as crianças.
"Fiz um projetinho para a pista, trouxe um profissional aqui num domingo, mas a gente não consegue deixar de colocar a mão na massa, né? Nosso esforço é para trazer um pouco de alegria para as crianças que está no hospital, e o carrinho já mostra que o caminho é por aí", disse Carlos.
Como os pacientes ainda são crianças e ninguém tem carteira de habilitação, os dois carrinhos elétricos têm controle remoto e são dirigidos pelo enfermeiro responsável por levar o paciente até o centro cirúrgico.
O diretor da unidade destacou ainda que a equipe tem o objetivo de expandir o projeto para outros hospitais infantis justamente para deixar o momento mais leve para as crianças que precisam de alguma intervenção cirúrgica. "A criança se diverte, isso baixa a tensão e tem uma melhora antes de entrar em um procedimento cirúrgico. Essa humanização é o que tem que vir para um hospital que atende crianças, um hospital pediátrico. Então, temos que dar um lugar muito mais próximo do que ela tem dentro de casa", finalizou.
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