Na medida em que os números do novo coronavírus (Covid-19) crescem no Estado e assustam a população capixaba, igrejas Batistas do Espírito Santo têm alterado o formato tradicional de funcionamento. Para evitar as aglomerações, que favorecem o contágio do coronavírus, os templos religiosos têm optado por fazer transmissões online dos cultos, ao invés de manter as celebrações com centenas de pessoas reunidas no mesmo local.
As medidas contra o coronavírus não são obrigatórias. Cada igreja pode agir de forma independente. É o que afirma o Secretário Executivo da Convenção Batista do Espírito Santo, o pastor Diego Bravim.
> CORONAVÍRUS | A cobertura completa
"Nossa primeira orientação foi combater notícias falsas, a segunda é se manter firme, não negligenciar as medidas do governo, da Saúde. Essa é a nossa recomendação. Nossa relação com as igrejas é de cooperação, não podemos determinar medidas. Um dos princípios da Igreja Batista é de autonomia, cada igreja tomará sua decisão independentemente", disse o pastor.
De acordo com Diego, não é possível mensurar a quantidade exata de igrejas que já suspenderam as atividades presenciais ou já iniciaram as transmissões de cultos pela internet, mas ele acredita que ao menos 35% já se adaptaram à nova realidade diante da pandemia do coronavírus.
"Vejo de forma positiva e necessária (o uso da internet). É uma ferramenta que a tem sido usada por nós. Somos 722 igrejas nos 78 municípios do Estado. Não é possível dizer a quantidade exata, mas cerca de 35% a 40% das igrejas já promoveram as mudanças", detalhou.
Segundo informações divulgadas pela Secretaria de Saúde do Espírito Santo, até a noite de terça-feira (17) o Estado tinha oito casos confirmados de coronavírus, mas 341 ainda estão sendo investigados.
Anunciadas nesta segunda-feira (16), as mudanças que já foram colocadas em prática na Primeira Igreja Batista em Goiabeiras, geraram repercussão entre outras Igrejas Batistas de outros bairros. Segundo a pastora Anna Eliza Simonetti, algumas decisões já tinham sido tomadas, mas apenas durante esta semana a igreja decidiu intensificar as ações.
"Já havia a orientação de não ter toque físico. Desde a nossa primeira decisão até ontem (16), ficamos em contato com a Secretaria de Saúde para monitorar a situação. Os cultos já eram transmitidos pela internet aos domingos. Agora, todas as celebrações, sejam as voltadas para crianças ou adultos, durante a semana ou aos domingos, estarão exclusivamente na internet", conta Anna Eliza.
Outra Igreja Batista referência do Espírito Santo, a Primeira Igreja Batista de Vitória. Em contato com a reportagem de A Gazeta, informou que nenhuma decisão foi tomada até a tarde desta terça-feira (17) e que lideranças devem se reunir nos próximos dias.
Ao mesmo tempo, em que algumas Igrejas Batistas do Espírito Santo tomam medidas preventivas, outras, como a Igreja Evangélica Batista de Vitória (IEBV), afirma estar acompanhando a crise e que, quando necessárias, decisões serão tomadas. Segundo o Pastor João Brito, integrante da IEBV de Jardim da Penha, a opção é por não aumentar um problema que é sério. Ele informa que as celebrações não foram suspensas, mas viagens e retiros foram adiados.
"Nós não estamos tomando atitudes precipitadas. Começamos a suspender atividades que não eram tão necessárias, como uma viagem para Israel. Estamos tomando decisões e acompanhando a crise. Não estamos negando o fato de estarmos vivendo uma série crise."
Ainda segundo o pastor, o número de pessoas para culto desta terça-feira (17) foi limitado. Ele informa ainda que as transmissões online, opção de algumas igrejas para evitar aglomerações, já são feitas há um tempo.
"Hoje vamos ter o culto na igreja. Temos um salão para 1000 pessoas, mas apenas 250 cadeiras estarão disponíveis. Já foi pedido que idosos e pessoas com problemas de saúde não compareçam à igreja. Já temos cultos sendo transmitidos. A suspensão depende do desenvolvimento da crise", finalizou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta