O clima descontraído nas redes sociais do “Caldeirola” pode parecer fácil e simples de ser criado. No entanto, esse diálogo do programa “Caldeirão com Mion”, que vai ao ar na TV Globo aos sábados, com o público da internet, tem muito bastidor e dedo de capixaba envolvido. A jornalista Tati Wuo, ex-apresentadora do “Em Movimento”, da TV Gazeta, é uma das responsáveis pelo tom que o “Mionzera” usa com seus seguidores. Nesta quarta-feira (14), ela desembarca em Vitória para abrir oficialmente o 27º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta.
Cria da Residência, Tati participou do curso de imersão em sua quarta edição, em 2001. Nesse regresso para abrir mais uma edição do programa que a revelou, ela vai falar sobre "O papel da produção no entretenimento” para inspirar os 10 focas que, até novembro, têm a missão de mergulhar nos veículos da casa e colocar no ar uma temporada de podcast, um programa especial de TV e reportagens especiais.
Na Globo, Tati é quem cuida das contas do programa apresentado por Marcos Mion. Por lá, ela comanda todas as etapas de produções criativas para mídias sociais, com a missão de levar conteúdo para mais de 1,5 milhão de seguidores só no Insta. A Gazeta bateu um papo com ela para conhecer mais sobre o assunto. Confira:
Muitos jovens jornalistas sonham em chegar à Globo, onde você está hoje. Como foi essa migração do foco regional para produções de alcance nacional, como o Caldeirão com Mion?
Eu amava morar em Vitória e poderia ter seguido uma carreira na Rede Gazeta, um lugar que sempre foi muito especial para mim. Mas, em algum momento, senti vontade de expandir meus horizontes. Enquanto trabalhava na Gazeta, tive experiências temporárias no Fantástico, em São Paulo, e no Canal Futura, no Rio.
Alguns anos mais tarde, pedi demissão e cadastrei meu currículo no banco de talentos da Globo. Aí, um grande amigo que conhecia de Vitória, o Eduardo Gregório, me indicou para uma entrevista - ele era editor-chefe do “Mais Você” na época. Deu certo e comecei no “Encontro com Fátima Bernardes”, nos Estúdios Globo. Foi o primeiro passo para as experiências que vieram depois.
Você fez o 4º Curso de Residência em Jornalismo, em 2001. Considerando esses 23 anos desde então, o que você acha que mais mudou no perfil dos jovens jornalistas? E, ainda, o que permanece?
Comecei minha carreira profissional como estagiária da Rádio Universitária, logo que entrei na Ufes, em 1998. Depois, consegui um estágio no antigo Gazeta Online, em 1999, se não me engano, e no meio tempo, fiz o Curso de Residência. Fiquei até 2013 na Rede Gazeta. Desde que comecei, acho que muita coisa mudou porque o mercado, as tecnologias disponíveis e o acesso à informação também mudaram. Estamos em processo de adaptação e reconstrução, descobrindo novas formas de comunicar. Particularmente, acho bastante desafiador
Sua passagem como apresentadora do “Em Movimento” ainda é lembrada como uma das mais marcantes da história do “programa mais capixaba do mundo”. Você apontaria algum conteúdo ou experiência que tenha sido o mais marcante para você?
Lembro de tanta coisa! Conheci o Espírito Santo por causa do programa e foram as viagens para gravar que me deixaram ainda mais encantada por esse Estado que minha família escolheu para morar. Voei de parapente - coisa que nunca faria fora das câmeras porque tenho medo de altura - experimentei muitas delícias capixabas e gravei com quase todas as bandas e todos os artistas da minha época... fui muito feliz!
Como a geração Z está influenciando o que se sabe sobre entretenimento? Quais são as principais características do consumo de conteúdo dessa geração e como os profissionais da área precisam se adaptar às novas demandas?
Acho que as demandas específicas, para cada nicho continuam existindo e, talvez aí, esteja o ponto de virada para uma carreira de sucesso num mercado tão generalista. Acho que quem tenta se adaptar, deixando escapar a sua verdade, tem menos chance de ser bem-sucedido do que os que acreditam em algo e se especializam nisso. Vale encontrar a sua verdade e apostar nela.
Quais seriam as três dicas de ouro para quem quer trabalhar com curadoria e produção de conteúdo? E qual seria o segredo para colocar no ar um programa que conquiste o público?
Eu acho que trabalhar com curadoria e produção de conteúdo passa por quem somos como pessoas, como enxergamos o mundo e o que realmente importa para cada um de nós. O cuidado com o próximo e com as informações é fundamental nessa área. A verdade é o início de tudo e o propósito é o caminho. Além disso, é importante entender o projeto como um todo, gostar de conhecer histórias e usar a intuição pra descobrir aquele conteúdo que vai mudar a vida de alguém. Isso conquista a atenção de outras pessoas e faz diferença no mundo.
Convocando os mineiros fora da época de verão e fomentando o duelo entre a moqueca capixaba e a baiana, os focas de 2024 vêm da Bahia, de Minas Gerais e, é claro, de diferentes cantos do Espírito Santo. Confira a lista dos selecionados:
De agosto a novembro, os residentes vão viver uma imersão no universo da comunicação dentro da Rede Gazeta. Além do programa especial que tem previsão de ir ao ar no final do ano, os focas vão testar diferentes áreas da produção de conteúdo.
A programação do curso conta com aulas guiadas profissionais da Rede, contato com conteúdo de branded content (conteúdo de marca), vivência real no cotidiano da Redação de Jornalismo e bate-papos no podcast Papo Residência.
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