Foi-se o tempo em que uma ida ao médico era sinônimo de martelinho batendo no joelho e mostrar a língua. Cada vez mais as inovações tecnológicas se aproximam dos consultórios, revolucionando o que até pouco tempo atrás se restringia à relação entre médico e paciente. Medicina robótica, teleconsultas, plataformas de diagnósticos e pronto atendimento virtual são exemplos dos avanços que já podem ser vistos no Espírito Santo.
Doença ainda cercada de tabus, o câncer é um dos males que tem sido melhor enfrentado graças às inovações em tratamentos. Referência em oncologia, o Hospital Santa Rita, em Vitória, hoje já oferece aos pacientes uma combinação de tecnologias para que o tratamento seja o mais humanizado e confortável possível, conforme relata o diretor-geral, Marcos Dias Ayres.
Além de inovações voltadas a tratamentos de pacientes com câncer, novas técnicas de diagnóstico ajudam na identificação mais rápida de tumores. É o caso da plataforma de patologia digital digiPATH, criada em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e a Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer, a Afecc. Implementada em 2019, a tecnologia passou a ser efetivamente empregada no Hospital Santa Rita em junho deste ano.
O equipamento funciona de forma simples: amostras de tecidos de pacientes são colocadas em lâminas de vidro e, em seguida, as imagens são digitalizadas possibilitando que médicos em qualquer lugar do mundo as visualizem e possam auxiliar no diagnóstico.
Na área de cardiologia técnicas experimentadas no Espírito Santo também têm permitido tratamentos mais assertivos. É o que explica o cardiologista especialista em eletrofisiologia Fabrício Vassalo, da Santa Casa de Misericórdia de Vitória. Ele aprimorou estudos que vinham sendo feitos nos EUA e, hoje, já consegue evitar que pacientes submetidos à passagem de cateter cardíaco passem obrigatoriamente pela UTI.
Uma das principais observações dos pacientes sobre o tratamento, ressalta Vassalo, é a rapidez na recuperação, o menor tempo de anestesia e a durabilidade do procedimento.
Para dar mais ritmo a iniciativas de inovação a serviço da saúde, a MedSênior criou o seu próprio hub de inovação, o Medicine Innovation Lab (MilSênior). Uma das principais iniciativas do laboratório é o projeto Prime, voltado para beneficiários portadores de diabetes, que já viviam situações críticas de comprometimento da saúde de órgãos como rins e olhos.
Como explica o diretor do MilSênior, Thiago Maia, o Prime envolve inovação do início ao fim do processo – da forma de abordagem e engajamento à apuração e manutenção dos resultados obtidos – para garantir o controle da glicemia, buscando deter até mesmo doenças já em curso.
“Ao utilizar dados em tempo real e conhecimento profundo do beneficiário para cuidar proativamente da sua saúde e ajudá-lo a criar um estilo de vida mais saudável, apostamos na prevenção 4.0”, pontua Maia, que também participou da criação do Pronto Atendimento Virtual do plano de saúde, que possibilita a assistência remota e facilita o suporte médico aos pacientes sem necessidade de deslocamento.
Pacientes das redes pública e privada já percebem os avanços tecnológicos na área. É o que diz o autônomo, Marcel Mozart Lopes, usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). “A tecnologia sempre foi usada para ajudar a humanidade e na área da saúde não tinha como ser diferente, inclusive na telemedicina, que agiliza bastante tanto a agenda do médico e do paciente também. Ficou mais fácil ser atendido e melhorou até a qualidade dos atendimentos ", avalia.
Mário Sérgio Pereira de Melo, cliente da Unimed Vitória, considera que não se deve descartar nenhum avanço que beneficie as pessoas: “A utilização dessas e de outras tecnologias na saúde são válidas, pois não devemos descartar o que venha agregar melhores resultados na saúde dos brasileiros”, conclui.
Esta reportagem foi produzida por Daisy Silva e Leiriane Santana, alunas do 26 Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo teve orientação e edição do editor Eduardo Fachetti.
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