A inteligência artificial vem dominando os processos que demandam a busca e compartilhamento de informações nos mais diferentes tipos de trabalho. A ferramenta, que se popularizou recentemente, tem sido cada vez mais adotada, mas exige certos cuidados para evitar o uso de dados falsos ou imprecisos. De todo modo, as possibilidades trazidas pela IA representam uma revolução para o mercado, avaliam especialistas da área de tecnologia que atuam no Espírito Santo.
Trata-se um processo evolutivo contínuo de muito aprendizado. Estamos numa linha de pesquisa, entendendo esse ecossistema e para onde ele vai se movimentar”, pontua o gerente de Tecnologia da Rede Gazeta, Luciano Faco.
Fato é que a internet pode oferecer variadas experiências com a nova tecnologia. Por isso, acrescenta o gerente, é preciso tomar cuidado com as informações transmitidas pelas inteligências, como o ChatGPT e o Bard, do Google, por exemplo. Como ainda passam por uma fase de experimentação e ajustes, podem apresentar dados incorretos.
“Problemas sempre haverá, como a ferramenta trazer dado inconsistente, dado que não existe, coisa que ela basicamente inventou a partir de características que pegou na sua pergunta e inseriu no texto como se aquilo fosse verdade”, ressalta Faco.
De qualquer maneira, pondera ele, ainda que passe por um momento de evolução, é preciso garantir que esforços continuem sendo feitos com o propósito de aprimorar a IA, pois a ideia é transmitir dados concretos e seguros no ponto alto de maturidade, defende o colaborador da Rede Gazeta.
“São evoluções. Não posso matar a tecnologia ou a inovação porque no início ela tá errando em algumas coisas. O que a gente tem que ter é o discernimento para o uso e entender que aquilo ali é uma ferramenta em construção e vai estar em construção por muito tempo, até se tornar muito segura e muito madura”, sustenta.
De acordo com pesquisa global da International Business Machines Corporation (IBM), feita em 2022, 41% das empresas brasileiras utilizam alguma forma de IA em seu dia a dia.
A Triple AI, empresa capixaba que desenvolve chatbots para terceiros, é um exemplo dessa aplicação. O cofundador Eduardo Barcelos explica que o papel da Triple é criar um modelo de IA com base nos dados privados das empresas, algo que tem gerado muito resultado.
“Hoje, conseguimos entender algumas esferas de atuação de ferramentas de IA aplicadas em negócios. Atuamos também com gestão do conhecimento interno. Então, a escolha da IA consegue centralizar todos esses documentos em formato de chatbot”, aponta Barcelos.
De forma mais objetiva, a Triple AI abriga os mais diversos dados dos clientes, a partir de documentos, e oferece ao público a possibilidade fazer uma pesquisa rápida, direta e objetiva. Além disso, consegue gerar resultados mais específicos, como um post para Instagram, fazendo uso dos dados coletados previamente.
“Acredito que nada vai ser tão forte, vai gerar tanto valor quanto uma pessoa utilizando a inteligência artificial. Uma pessoa utilizando ferramentas de IA ela vai conseguir ter uma produtividade muito maior nas atividades diárias.”
A aplicação das IAs acontece em diferentes níveis, seja na Europa, seja no Espírito Santo. Para Barcelos, a virada de chave no mercado capixaba acontecerá em 2024, ano em que as pessoas passarão a aplicar as inteligências nos seus negócios com mais frequência. No entanto, o cofundador da Triple AI reforça que o público já tem interesses.
“O capixaba já vem utilizando bastante a IA. Então, todas as vezes que a gente conversa com as empresas, a conversa flui muito bem, a aceitação é muito boa.”
Quem reitera a ideia de Barcelos é Junior Venturin, CEO da Aumo, empresa que atua no gerenciamento de conhecimento corporativo, ou seja, armazena dados de empresas em uma inteligência própria e oferece insights aos colaboradores. Junior entende que a nova tecnologia vem para um bem coletivo maior.
“No Brasil, nós temos uma coisa muito importante, um mercado que consome tecnologia. Esta realidade não é diferente no mercado capixaba. Nesse caso, estamos evoluindo o nosso ecossistema de inovação.”
As IAs tomaram uma grande proporção no cenário mundial, invadindo grandes centros e pequenas cidades. O questionamento que fica é: “quais são seus riscos?”. Venturin traz uma importante reflexão acerca do uso dessas inteligências.
“Eu acredito que é um caminho sem volta. A resposta só pode ser um entendimento mais profundo, que é a tecnologia. Ela é neutra. A decisão se vai ser negativa ou positiva, cabe a nós na escolha.”
Vitor Gregório é aluno do 26º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. A produção deste conteúdo teve a supervisão da editora do programa, Andréia Pegoretti.
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