Daqui a menos de um mês, aproximadamente 22 mil jovens do Espírito Santo, com idades de 16 e 17 anos, irão às urnas pela primeira vez. O quantitativo de estreantes nas eleições de 2024 representa 0,73% dos quase 3 milhões de votantes no Estado, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES).
Nessa idade, participar de uma eleição é facultativo, mas o que leva os jovens a tomarem essa decisão mesmo sem a obrigatoriedade? É o que A Gazeta foi às ruas para saber.
Emily Gomes, de 17 anos, vai votar em Cariacica. Para a estudante, entre os pontos mais importantes que precisam de melhoria, e que serão levados em conta na hora de escolher um candidato a prefeito e vereador, estão a educação, a saúde e a segurança pública.
Assim como Emily, a estudante Letícya Rezende, moradora de Vitória, é outra que vai votar pela primeira vez: “Meu anseio é por melhorias na mobilidade urbana, ampliação das ciclovias, melhor acessibilidade, modernização do transporte público, aumento do policiamento e implementação de mais tecnologias para monitoramento urbano."
E se na hora de citar os tópicos que são capazes de fazê-los optar por determinada candidatura os jovens são rápidos, o mesmo pode ser dito sobre os atributos que lhes despertam a rejeição. Nesse campo, o comportamento do candidato pode ser um terreno minado, capaz de dinamitar a confiança do eleitorado estreante.
O estudante Gabriel da Vitória desaprova “falta de honestidade, falta de respeito com a população e desconsideração das opiniões da população”, e admite que levará em conta essas observações para definir em quem não votar, assim como a estudante Letícya Rezende, que rechaça quem se envolva em casos rumorosos.
“São aqueles candidatos envolvidos em polêmicas, com histórico de mentiras, envolvidos em corrupção, que fazem promessas irrealistas, demonstram falta de compromisso com o bem comum, desrespeitam o Estado de Direito e mudam frequentemente seu posicionamento.”
Para a cientista política e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Mayra Goulart, os políticos estão atentos aos posicionamentos do público jovem, que tem mudado nos últimos anos.
Para Renato Andrade, de 15 anos, morador da Capital, é essencial que o candidato dialogue com a população. “Um bom candidato deve estar sempre disposto a ver como pode melhorar a situação com a ajuda do povo. Mesmo estando ocupado, deve se juntar à população para tomar decisões que não afetem o dia a dia e possam melhorar a situação do lugar", afirmou o adolescente, que vai completar 16 anos antes das eleições municipais e votará pela primeira vez.
De olho no futuro de Cariacica, Emily Gomes complementa: “A transparência na comunicação, a experiência prévia em cargos públicos, um histórico de boas realizações e a habilidade de lidar com crises de forma eficaz também são aspectos que me passam confiança”.
Eleitor do mesmo município, o estudante Matheus Valério, de 17 anos, confia em candidato que “demonstra ser uma pessoa organizada e que vê o seu cargo não como posição de poder e sim uma oportunidade de ajudar as pessoas”.
Mayra Goulart enxerga a participação dos jovens na política como algo positivo. "Eu vejo com muito bons olhos, uma vez que a cidadania é algo que só se aprende na prática. Então, quanto mais participa, quanto mais pratica, melhor fica o exercício da cidadania", observa a cientista política.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta