Aulas suspensas, pais e filhos em casa em tempos de pandemia. A chegada do vírus que colocou o mundo em alerta fez surgir novos arranjos nas rotinas, ainda que só por um tempo. É essencial saber se comunicar com os pequenos nesse período, mas é preciso tomar muito cuidado para não gerar pânico nas crianças e tratar o assunto de forma lúdica.
O primeiro passo, de acordo com a psicóloga Bianca Martins, é informar-se primeiro, para vencer os próprios medos e entender sobre o assunto antes de passá-lo para as crianças. É muito importante se orientar em fontes seguras e também é função dos pais filtrar a quantidade de informações que os pequenos recebem, diz a profissional.
É importante focar em não criar pânico e orientar os pequenos sobre cuidados básicos, como a lavagem das mãos e o uso do álcool em gel, além de e incentivar a criatividade para ampliar o distanciamento corporal na interação com outras crianças. Tranquilizar crianças maiores é muito importante já que elas amplificam a informação e compartilham com outras crianças, gerando muita ansiedade, orienta Bianca.
Cabe aos pais trabalhar um comportamento educativo, brincar e ensinar de forma lúdica o que é o vírus, e trabalhar questões como responsabilidade social de forma leve e amorosa. Aproveitar o confinamento para curtir e interagir com a família, buscar sugestões de brincadeiras familiares na internet, dividir as funções domésticas. Além de repensar nossas formas de cuidar uns dos outros, complementa Bianca.
A pedagoga Cristiane Batista sugere que os pais e educadores sejam sinceros com as crianças, mas que as tranquilizem. Segundo ela, é preciso deixar claro que o vírus faz mal, mas que ele vem e passa, como a gripe. Mostrar materiais lúdicos e abordar o assunto com desenhos para colorir e responder às dúvidas das crianças também é muito importante, diz.
Crie musiquinhas sobre os cuidados preventivos, para ajudar na fixação da importância deles na mente das crianças e desenvolva brincadeiras ou até recompensas para incentivar esses hábitos, complementa.
Para a psicóloga Nanda Perim, a Psimama, é preciso falar com jeitinho para não assustar, mas sem deixar de passar a informação. "Tem que explicar que é um bichinho muito pequeninho, que quando entra no nosso corpo deixa a gente doente. E que algumas pessoas ficam muito doentes, tipo o vovô, a vovó. Acho que não tem que ficar falando de morte, que a pessoa morre. Diz que a pessoa vai ficar tossindo, tossindo, que vai precisar ir para o hospital tomar injeção, e que ninguém quer isso", orienta.
A dica, diz Nanda Perim, é quando for lavar a mão da criança, passar álcool, fazer isso de forma menos pesada, menos tensa. "É não transparecer pânico e nem relaxar demais. Porque realmente existem casos em que a criança com coronavírus ficou entubada. São seres que, obviamente, têm menos cuidados que nós, adultos! Uma criança de 3 anos coloca tudo na boca. Ela pode se contaminar e contaminar muita gente. Então, eu diria para os pais: não subestimem sua criança. Ela dá conta totalmente de saber das informações", comenta.
A psicóloga Manuela Molina Cruz desenvolveu cartilha que ensina pais e responsáveis, sobre a melhor forma de falar do covid-19 para crianças. O documento conta com ilustrações e linguagem adaptada para essa faixa etária. O material fala sobre o histórico da doença, forma de transmissão e orientações sobre o que fazer em casos de contágio.
Você pode conferir a cartilha no documento abaixo:
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