Já faz um mês que boa parte da população está em casa de quarentena por conta do Coronavírus. E muita gente se apegou ao ato de cozinhar para passar o tempo. E mais: voltando aos velhos tempos estão trocando receitas de comidinhas para aliviar o isolamento.
A designer de joias Karla Bautz sempre gostou de cozinhar. Mas não tinha o costume de trocar receitas com amigas e conhecidos. "Neste período de quarentena, tudo mudou. Comecei a postar as receitas que estava fazendo, com isso, algumas amigas começaram a pedir para também tentar em casa nesse período de isolamento. Foi aumentando os pedidos", conta.
Entre as receitas trocadas estão a da carne de panela e do biscoito de cebola. "Faço muitas com jeitinho caseiro mesmo, como pão caseiro, biscoitinhos de cebola, broa de fubá, caldo de mocotó, carne de panela. Essa última, inclusive, fiz por vídeochamada com uma amiga que é blogueira", conta Karla. Ela, que aprendeu a cozinhar desde pequena, diz que hoje é um hobby. "Gosto muito de reunir os amigos e cozinhar para eles. Cozinhar é minha terapia".
A assistente social Ana Cláudia Cardozo conta que sempre teve o hábito de trocar receitas, mas com a quarentena ele aumentou. "A troca de receitas para quem gosta de cozinhar sempre existiu. Quando experimento algo e gosto, e se tenho intimidade com a pessoa, eu peço a receita. Também assino revista especializada porque adoro testar. Sempre tive essa rotina, mas como estamos todos em casa isso intensificou um pouco".
Aumentou tanto que um grupo de conhecidos a convidou para participar de uma brincadeira de troca de receitas chamada #QuarantineCooking, compartilhando indicações fáceis de serem feitas e sem ingredientes raros. "Começou com uma amiga médica que também adora cozinhar. Já fiz bolo de queijo com calda de goiabada, pãozinho de nata e quiche de couve-flor, alho-poró e champignon". Entre as receitas que ela já dividiu com outras pessoas está a do bolo de milho verde e a do rocambole de damasco com cobertura de chocolate amargo.
Ana Cláudia, que cresceu vendo a avó materna cozinhando, herdou o gosto. "A vovó Alzira, uma típica italiana que nunca usou o fogão a gás da casa dela, adorava fazer biscoitos de polvilho, pães doces e salgados, bolinho de chuva, broa de milho, macarrão talharim, tudo feito a mão... É minha inspiração de vida na cozinha".
A odontopediatra Maíra Cani Gama conta que antes da quarentena já trocava algumas receitas com amigas e com a irmã, que é nutricionista. "Mas basicamente eram receitas e dicas mais magrinhas e saudáveis para substituir as tradicionais. Agora, com o isolamento, tudo mudou".
Ela também participou da brincadeira de compartilhar receitas WhatsApp. "Recebi da minha madrasta a brincadeira e achei muito bacana! Eu deveria enviar uma receita para a primeira pessoa da mensagem e encaminha-lá a outras. Imediatamente compartilhei com mais de 30 pessoas. Mandei pra amigos, família e colegas de trabalho", conta.
Ela diz que compartilhou desde receitas de execução simples e com poucos ingredientes a mais elaboradas que exigem tempo maior de preparo. "Em casa fiz camarão com risoto de limão siciliano, sobremesa de banana e brownie. Nesse período aprendi muito e experimentei coisas novas na cozinha. O prazer de cozinhar com certeza é reunir pessoas com alegria e muito amor", finaliza.
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