"Sabe cozinhar, já pode casar." A frase é apenas um dos vários gestos que colocam a mulher como cumpridora de ordens do homem. A máxima, que já é bem conhecida, dá a letra sobre como são divididas as tarefas da casa – se é que há divisão. Mas essa posição normalmente imposta à mulher, de ficar à beira do fogão, perto da pia e mantendo todos alimentados e satisfeitos, já não convence mais. A psicóloga Adriana Müller afirmou, em entrevista à CBN Cotidiano, que os homens – sejam eles maridos ou filhos – precisam ter "responsabilidade social" e colaborar com as demandas do lar.
A psicóloga reforça que não é preciso ostentar a fama de Rodrigo Hilbert – ator e apresentador conhecido na internet como faz-tudo, inclusive de coisas inusitadas. O interesse pela colaboração é suficiente em casa, de acordo com Adriana Müller.
Recentemente, em entrevista ao Fantástico, Rodrigo Hilbert contou, ao lado da companheira Fernanda Lima, ambos apresentadores da Rede Globo, que construiu uma capela para o casamento do casal. Eles vivem juntos há mais de dez anos, têm filhos, mas a relação não havia sido oficializada. Durante a pandemia, o "faz-tudo" levantou a estrutura onde foi realizado o casamento.
Segundo a psicóloga e comentarista da CBN Vitória, "o casamento é a construção da própria capela", onde os dois precisam estar dispostos. É como se o casal estivesse junto em todos os momentos e que não houvesse sobrecarga em um lado da relação.
Em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, durante o CBN e a Família, a especialista criticou a forma como acontece a divisão das tarefas do lar.
"Quando notei a fala do ator (Rodrigo Hilbert) fiquei pensando em nossa sociedade. Ainda dividimos tarefas de acordo com gêneros binários. Algumas coisas para as mulheres, outras para os homens", disse.
Para Adriana, o homem é considerado especial quando atua em todas as áreas da casa, mas deveria ser classificado como "adulto funcional".
Ou seja, se você não é o Rodrigo Hilbert da casa, tudo bem. Mas conforme explica psicóloga, é urgente adotar o estilo "funcional". Ela ainda diz que o comportamento em casa afeta a criação dos filhos e como estes vão colaborar no futuro.
"Ser funcional é deixar de lado a ideia de quem alguém vai fazer. O exercício é passar a se perguntar o que eu posso fazer, se eu sei fazer isso. Fazer é dar exemplo. Lá na frente os filhos não vão se surpreender. Assim eles podem incorporar essa responsabilidade coletiva. Se a família toda está envolvida, todos colaboram", completa.
Adriana sugere que o casal, seja ele formado por homens ou mulheres, chegue a um consenso, utilizando o diálogo. Não gostar de alguma atividade não exclui a obrigação em outras. "É necessário contribuir", finaliza.
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