A estudante de Design capixaba Amanda Lobos, de 21 anos, que já trabalha na área desde 2016, foi selecionada para ingressar em uma campanha que propõe apoio a criadores negros ao redor do mundo. Criada pela instituição norte-americana "Where Are The Black Designers?" (WATB), ou "onde estão os designers negros?", em português, a ação buscou contratar quatro profissionais para estamparem ecobags promocionais.
De acordo com Lobos, o lucro obtido com as vendas do produto será revertido integralmente para a Instituição WATB, que fornece assistência à saúde mental e recursos educacionais para o grupo social a que representa. "Eu comecei a acompanhar a página no começo do ano e via que eles sempre compartilhavam iniciativas próprias e de outros lugares para incentivar criadores negros. Eram bolsas, residências artísticas, cursos, e muitas exclusivamente para moradores dos Estados Unidos. Em meados de agosto eles postaram sobre a parceria deles com a loja Baggu e que estavam recebendo portfolios, enviei o meu e, algumas semanas depois, fui comunicada que havia sido selecionada", contou.
A jovem definiu o sentimento como "incrível". "Fui selecionada dentre outros muitos portfolios de artistas potentes do mundo todo. As outras três designers que participaram do projeto comigo também são maravilhosas e eu não me imaginava parte de algo desse porte tão cedo! Desenvolver o projeto foi maravilhoso porque tive toda a assistência direta das equipes internacionais, que amaram a adaptação da minha ilustração da Aliança Antirracista para a ecobag, concluída no dia 6 de setembro", relatou.
Amanda Lobos, que também chegou a iniciar o curso de Artes Plásticas na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), conta que a iniciativa trouxe visibilidade ao trabalho dela. "Significou o pulo de alguns degraus que eu achei que seriam necessários para crescer como artista por aqui, já que me deu uma visibilidade, aumento de seguidores, propostas e vendas que eu jamais conseguiria por conta própria em um período tão curto. Foi uma grande motivação para mim e um sentimento de validação como criadora negra em escala mundial", afirmou.
Para motivar outros artistas negros, a jovem disse que é necessário acreditar nos sonhos. "Eu diria para confiarem na própria capacidade e arriscarem todas as inscrições em editais, projetos, etc, mesmo que pareçam que nunca vão funcionar. A área de Artes, Design, entre outras, é dominada pela elite e por profissionais brancos, principalmente homens, assim como vemos em outras áreas, então, às vezes nos sentimos excluídos destes espaços. O ideal é continuar tentando tudo, que alguma hora pode aparecer uma oportunidade dessas. Projetos voltados para criadores pretos são raros, mas conquistaremos estes espaços passo a passo", concluiu.
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